Capital

“Moitel”: homens são vistos em mata e moradores reclamam de atos obscenos

Movimentação intensa de homens no Parque Ecológico Águas do Prosa causa revolta de frequentadores

Antonio Bispo e Ana Beatriz Rodrigues | 11/08/2023 14:19
“Moitel”: homens são vistos em mata e moradores reclamam de atos obscenos
Parque fica localizado em uma área nobre da cidade, próximo de shoppings e bares (Foto: Paulo Francis)

O que poderia ser utilizado como um dos cartões-postais para quem mora e visita Campo Grande tem se tornado espaço para que pessoas, principalmente homens, pratiquem relação sexual em meio à mata do Parque Ecológico Água do Prosa, no bairro Chácara Cachoeira, a qualquer hora do dia.

O Campo Grande News recebeu denúncias de moradores da região que passaram a notar intensa movimentação de homens no local, sobretudo quando o sol começa se pôr.

No parque, que possui mata nativa em meio ao Córrego do Prosa, inclusive contando com uma cachoeira, é possível encontrar por toda extensão, mas principalmente após a ponte de madeira, diversos pacotes de camisinha abertos e preservativos usados.

“Moitel”: homens são vistos em mata e moradores reclamam de atos obscenos
Pacote de preservativo usado jogado à grama (Foto: Henrique Kawaminami)

Além disso, enquanto a reportagem conferia a situação no local, foi possível notar diversos homens entrando sozinhos ou em dupla em meio à mata e que não conversam nada entre si, apenas trocam olhares e atravessam uma ponte de madeira. 

Entretanto, o espaço também é utilizado por moradores e comerciantes da região, que aproveitam do meio ambiente para caminhar ou passear com pets.

É o caso da empresária Aline Rosa, de 39 anos, que possui um comércio próximo e visita o parque todos os dias. Quando questionada, disse ter ciência que o local virou ponto de encontro para que as pessoas tenham relações sexuais.

“Tem uma pontezinha e vai todo mundo para lá. Se sondar, vocês vão encontrar um monte de camisinha espalhadas pelo chão. Eu, no caso, não passo para o lado de lá [depois da ponte] para evitar constrangimento”, disse.

Aline destacou, também, que a situação é um tanto quanto “chata”, pois acontece durante o dia e que o espaço é público, podendo ser utilizado por todos.

“De repente, algum pai ou mãe que não saiba que está acontecendo alguma coisa pode levar as crianças para o lado de lá e acabar flagrando uma situação bastante constrangedora”, contou.

Aline visita o parque para passear com o cachorro (Foto: Paulo Francis)

A empresária afirmou, ainda, que sempre vê somente homens saindo em meio à mata e que nunca viu uma mulher por lá. “Muitos rapazes, é bem específico”.  

Quem também nota o entra e sai de homens no local é um casal de amigos, ambos com 47 anos, e que preferem não se identificar. Eles utilizam o parque para acessar a Avenida Afonso Pena, vindos da Avenida Ricardo Brandão. “Acabei de ver dois ali na água, sozinhos, próximo da cachoeira”, disseram.

Todos os entrevistados, quando perguntados o que acham da situação, foram categóricos em dizer que é “constrangedor” e que deveria ter segurança no local para evitar esse tipo de situação.

Outro ponto observado pelos frequentadores do parque é o descaso com a estrutura e limpeza do ambiente, que conta com cercas destruídas e muito lixo espalhado pela grama.

Partes da cerca de proteção estão derrubadas ao longo do parque (Foto: Juliano Almeida)

Projeto em andamento – A Prefeitura de Campo Grande respondeu o questionamento da reportagem e destacou que a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) possui o Projeto de Recuperação de Área Degradada e Alterada (Prada), executado pela Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) na região, além de parcerias com a iniciativa privada para auxiliar na recuperação da área realizando plantio de árvores no local.

“A Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes) reforçou que as rondas serão intensificadas principalmente no horário noturno, coibindo o uso de entorpecentes ou tentativa de prática delituosa”, finalizou a nota. 

Já a Polícia Militar informou que, em casos como o denunciado pelos moradores, a Polícia Militar pode ser acionada pelo 190 para que os autores dos atos libidinosos sejam detidos e encaminhados para a delegacia. 

Entretanto, no caso específico do Parque Ecológico, por ser área sob administração da Prefeitura Municipal de Campo Grande, é a Guarda Civil Metropolitana quem deve ser chamada, pelo 153. 

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