Capital

Missa de abertura da Campanha da Fraternidade sobre saúde reúne 3 mil fiéis

Fernando da Mata e Elverson Cardozo | 26/02/2012 19:19

Um dos objetivos da campanha deste ano da Igreja Católica é cobrar melhoria no SUS (Sistema Único de Saúde)

Fiéis durante celebração no Poliesportivo Dom Bosco (Foto: Elverson Cardozo)
Fiéis durante celebração no Poliesportivo Dom Bosco (Foto: Elverson Cardozo)

A missa de abertura da CF (Campanha da Fraternidade) deste ano, que enfoca a temática saúde pública, reuniu cerca de 3 mil pessoas, na tarde deste domingo (26), no Poliesportivo Dom Bosco, em Campo Grande.

Dentre os presentes, estavam 55 padres e fiéis de paróquias campo-grandenses e de localidades vizinhas que compõem a Arquidiocese de Campo Grande (distrito de Anhanduí e municípios de Terenos, Corguinho, Sidrolândia, Bandeirantes, Jaraguari, Rochedo e Ribas do Rio Pardo).

A celebração presidida pelo arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa começou às 16 horas e durou por aproximadamente duas horas. Durante a homilia, Dom Dimas frisou que o problema da saúde no Brasil é o desafio do século XXI e que não é só problema estrutural.

“A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida para revermos nossa concepção de pessoa. As pessoas doentes sofrem às vezes mais pela solidão do que pela dor”, destacou o arcebispo.

Com o lema ‘Que a saúde se difunda sobre a terra’, a 49ª CF foi lançada pela Igreja Católica do Brasil na Quarta-Feira de Cinzas (22) e segue, oficialmente, até o Domingo de Ramos. Objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação ao problema crônico da saúde que envolve a sociedade brasileira.

A dona de casa e ministra da Eucaristia, Maria Nilda Souza de Araújo, 60 anos, acredita que a campanha servirá para abrir os olhos dos médicos e criticou o sistema de saúde em Campo Grande.

“Muitas vezes, a gente chega no posto e não acha um médico, não tem ninguém para atender. Várias vezes eu cheguei lá, não tinha clínico e eu voltei para trás. Eu espero que melhore e que isso incentive os médicos para eles serem um pouco mais humanos”, afirmou Maria Nilda.

A estudante Viviane Nária Vasquez Figueiredo, de 14 anos, aprova o tema da campanha, destacando principalmente que o atendimento de saúde não é bom. “Quantas pessoas já perdemos por falta de atendimento?”, questiona.

Na função de coroinha na celebração, a estudante Hellen Zorzi, 15 anos, ressaltou que a discussão não deve ficar só na Igreja Católica. “É uma boa campanha porque envolve não só quem é católico, mas todo mundo, porque é saúde.”

A aposentada Maria Vieira, 63 anos, definiu a campanha como algo necessário porque fala sobre a saúde da população. “É necessário que tenha alguém que cuide das pessoas que estão doentes.”

Sobre a situação da saúde, o estudante José Venâncio, 18 anos, foi enfático. “Tem que mudar.”

Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar estiveram presentes durante a missa e fiscais da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) controlaram o fluxo de veículos nas imediações.

No centro, arcebispo de Campo Grande durante celebração (Foto: Elverson Cardozo)

Planos - Durante a abertura na Quarta de Cinzas, Dom Dimas destacou que a sociedade brasileira deve lutar pelo SUS. “Temos que levá-lo a cumprir sua finalidade, que é de saúde para todos, de tratar os desiguais de maneira igual”.

Na ocasião, o arcebispo relatou ainda que a Igreja começou, no ano passado, um mapeamento da saúde na Capital, nos hospitais, postos de saúde, unidades prisionais, recantos para idosos e Uneis (Unidades Educacionais de Internação).

Também dentro do projeto da Arquidiocese para a CF, estão agendados três eventos para o debate sobre a saúde com a sociedade civil.

Na próxima quarta-feira (29), às 9h, haverá uma sessão solene na Assembleia Legislativa em apoio a campanha. Em 4 de abril, às 8h, será realizada uma audiência pública sobre saúde na Câmara Municipal. E no dia 15 de abril, haverá uma ação educativa preventiva nos altos da avenida Afonso Pena.

Segundo a coordenadora do projeto “Promovendo Saúde e Promovendo Vida”, Vivian Elias, “a ideia é sair um documento para ser encaminhado ao prefeito com propostas de ação relacionadas à saúde”.

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