Capital

“Me escondi atrás da mureta”, diz trabalhador sobre perseguição com tiros

Vigilante que trabalha na região contou que Fiorino estava rondando a rua desde terça-feira

Por Ana Paula Chuva e Geniffer Valeriano | 24/04/2024 13:41
Fiorino atingiu C3 após ter pneus estourados a tiros pelos policiais (Foto: Geniffer Valeriano)
Fiorino atingiu C3 após ter pneus estourados a tiros pelos policiais (Foto: Geniffer Valeriano)

A perseguição que acabou com dois suspeitos presos no final da manhã desta quarta-feira (24) assustou trabalhador que prestava serviço em uma das casas no Jardim Mansour. A dupla estava em um furgão Fiorino que atingiu um Citroen C3 que estava estacionado no local. Equipe do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) prendeu a dupla.

Ao Campo Grande News, o calheiro Jeferson da Silva, 40 anos, contou que estava em cima do telhado quando escutou o barulho dos disparos. Ele correu para trás de uma mureta e só saiu depois que escutou a polícia rendendo os suspeitos.

“Não sabia o que estava acontecendo. Fiquei lá até ouvir a polícia mandando eles deitarem no chão. Me disseram que eles estavam furtando ali na rua de cima, mas não sei dizer. A perícia veio e liberou os carros, mas a Fiorino precisa de um guincho para tirar daqui”, disse o trabalhador que é dono do C3 atingido pelos suspeitos.

Sobre ter o carro atingido na ocorrência, o calheiro afirma que o custo do conserto deve ficar em pelo menos R$ 2 mil. “Fica ruim para gente que estava trabalhando. As duas portas ficaram amassadas. Essa empresa ai é de fachada, parece. Tem adesivos, mas dentro só tinha umas caixas de papelão”, explicou Jeferson.

Um vigilante que trabalha na região e preferiu não se identificar contou que esta é a primeira vez que acontece algo assim no bairro, mas há algumas semanas colegas já haviam alertado sobre qualquer movimentação suspeita.

“Eles falaram para procurar a polícia se víssemos qualquer movimentação suspeita. Pelo que ouvi não foi furto, estava extorquindo o filho de um morador aqui da região. Foram bater na porta dos pais dele. Vi essa Fiorino passando aqui ontem, por volta das 11h. Faço rondas e vi esses caras em frente a uma casa conversando com o pessoal, mas quando dei a volta na quadra, eles não estavam mais”, afirmou o vigilante de 38 anos.

Uma das marcas de tiro na porta do veículo pneu estourado após perseguição (Foto: Geniffer Valeriano)

À reportagem ele contou ainda que hoje cedo viu movimentação da polícia no local e acredita que eles estivessem fazendo campana. “Eles já sabiam o horário que eles viriam. A perseguição foi curta, não foi longa não”, pontuou o trabalhador.

Já um Reginaldo Santos, 48 anos, morador da região contou que estava dormindo quando tudo aconteceu, mas se assustou ao saber da ocorrência já que o bairro é muito tranquilo. “Moro aqui há 20 anos. Foi uma surpresa para mim. Você pode passar qualquer horário que não vai ter movimento, nem crianças brincando”, alegou.

O veículo está com adesivo da Distribuidora União, a reportagem tentou contato com o telefone que aparece na porta do veículo, mas as ligações não foram atendidas e nem as mensagens respondidas. No furgão há três marcas de tiros na lataria e os dois pneus do lado do passageiro estão estourados.

Caixas de papelão dobradas no compartimento de carga do veículo (Foto: Geniffer Valeriano)

Perseguição – A ação aconteceu por volta das 11h de hoje e foi gravada por câmera de segurança. Na imagem, é possível ver o momento em que a Fiorino bate no Citroen estacionado e os dois homens, aparentemente armados, descem do veículo e correm em direção a um terreno baldio. Policiais em duas viaturas vão atrás, dando ordens para que parassem.

O Campo Grande News apurou que dois homens, que seriam integrantes de facção criminosa, foram presos. Não se sabe ainda se o carro usado pelos suspeitos foi furtado e por qual motivo eles estavam em fuga.

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