Capital

Mapa de casos mostra avanço do coronavírus para as “bordas” da cidade

Comparativo mostra a distribuição da doença pela cidade em 22 de março, quando se concentrava na área nobre, e em 17 de abril

Aline dos Santos | 20/04/2020 10:56
Em 17 de abril, mapa mostra casos confirmados de coronavírus nas "bordas" da cidade. Para acessar o mapa, clique em link no fim da matéria. (Foto: Reprodução)
Em 17 de abril, mapa mostra casos confirmados de coronavírus nas "bordas" da cidade. Para acessar o mapa, clique em link no fim da matéria. (Foto: Reprodução)

Moreninhas, Tarumã, José Abrão, Santo Amaro, Nova Lima, Noroeste. Bairros localizados nas bordas do mapa de Campo Grande já têm casos confirmados do novo conoravírus.  O mapa Sisgran Coronavírus, que mostra o georreferenciamento dos casos de covid-19 nas sete regiões urbanas da Capital, retrata o avanço da doença. 

Em 22 de março, quando a plataforma foi ativada, o retrato da cidade mostrava que a doença, que teve as primeiras confirmações no dia 14 daquele mês, tinha maior concentração de pacientes no condomínio de luxo Damha (região do Bandeira), no Centro e na região urbana do Prosa, bairros da área nobre. 

A última atualização da plataforma, feita na sexta-feira (dia 17), mostra que os pontinhos vermelhos, indicativos de caso confirmado da doença, já se irradiaram para a periferia, as bordas do mapa da cidade. 

Até sábado, Campo Grande tinha 87 casos confirmados de covid-19, sendo 84 já georreferenciados na plataforma da prefeitura. 

Conforme especialistas ouvidos pela reportagem na última sexta-feira, o perfil do coronavírus em Campo Grande seguiu o roteiro da chegada da doença ao Brasil.

Primeiro, foram contaminadas pessoas que viajaram ao exterior ou a grandes cidades brasileiras. Por isso, a concentração em bairros nobres. Agora, a doença, que já está na fase de transmissão comunitária (não é possível rastrear a origem da infecção), avança pelos demais bairros. 

Em 22 de março, mapa mostrava mais casos em bairros nobres. (Foto: Reprodução)

De acordo com o médico infectologista Rodrigo Nascimento Coelho,  do HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, vírus começa a chegar com mais impacto agora na rede pública de saúde. 

Até então, o perfil era de pessoas que estavam em viagem, os chamados pacientes de conexão de aeroporto, e procuravam atendimento na rede particular.

“É uma epidemia diferente. A maioria dizima boa parte da população pobre e País de primeiro mundo não se preocupava. Essa é diferente, atinge a todos, mas começa na classe mais alta “, afirma infectologista Mariana Croda, da Faculdade de Medicina da UFMS (Universidade Federal de MS) e do comitê de operações de emergência do Estado. 

Os dois profissionais falaram ao Campo Grande News na última sexta-feira. Para acessar o mapa, clique aqui 

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