Capital

Mais agressiva, dengue tipo 2 volta após 10 anos e junto traz epidemia

A Prefeitura anunciou ontem (25) em coletiva de imprensa que pode decretar estado de emergência

Viviane Oliveira | 26/02/2019 10:22
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo, amostras isoladas da doença indicam a presença do sorotipo 2 (Foto: Viviane Oliveira)
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo, amostras isoladas da doença indicam a presença do sorotipo 2 (Foto: Viviane Oliveira)

Com 6.027 casos confirmados, o sorotipo 2 da dengue, historicamente associado a mais casos de dengue hemorrágica, voltou a circular em Campo Grande após dez anos. Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o vírus não atuava no município desde 2009. Por isso, a cidade, endêmica para a doença, vive uma nova epidemia.

Conforme a superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo, amostras isoladas da doença indicam a presença do sorotipo 2 - manifestação mais grave e agressiva da doença quando comparado com outros três sorotipos (sorotipo 1, sorotipo 3 e sorotipo 4). “A população tem uma falsa ideia de quem já pegou dengue, não pega mais. Isso não é verdade. Pelo contrário, a atenção deve ser redobrada”, explica. Os sorotipos que mais atuavam na cidade em anos anteriores eram o 1 e 3. 

As epidemias de dengue, conforme Veruska, seguem um padrão de ocorrência, que acontecem a cada 3 anos. A última registrada na Capital foi em 2016 com 32.964 casos. É considerado epidemia quando a doença ataca, ao mesmo tempo, grande número de moradores em diversos bairros.

A Sesau criou força tarefa para combater a doença. Uma das medidas tomadas foi adicionar mais 15 médicos à equipe de emergência que normalmente conta com 15 profissionais, que são enviados às unidades de saúde que apresentam maiores demanda. O fumacê, por exemplo, passou de 3 para 9 equipamentos em operação, sendo percorridos atualmente 600 quarteirões/dia. "A gente não faz nada sozinho. Precisamos do apoio da população. O lixo deve ser descartado de forma adequada. A principal medida de prevenção é eliminar o criadouro do mosquito Aedes aegypti", afirma Veruska. 

Os locais com mais focos do mosquito Aedes aegypti são as regiões dos Bairros Lageado, Moreninha, Noroeste, Alves Pereira, Universitário, Cidade Morena, Jardim Veraneio, Lagoa Itatiaia, Jardim Paradiso, Vida Nova, Amambaí, Autonomista, Estrela Dalva, Maria Aparecida Predrossian, Tiradentes, Cohab, Jockey Club e Sírio Libanês.

A Prefeitura anunciou ontem (25) em coletiva de imprensa que pode decretar estado de emergência, em razão do aumento do número de notificações de dengue. A cidade apresenta 294 notificações para cada 100 mil habitantes - o Ministério da Saúde classifica como epidemia quando se atinge 300 para cada 100 mil.

Dados – Conforme a Sesau, de janeiro até agora, foram 6.027 notificações. O número significa 111% a mais, se comparado com 2018, que durante todo o ano, foram registrados 2.847 casos. Este ano já foi confirmada a morte de um idoso de 72 anos por dengue e está em análise a morte de Sidney dos Reis Nantes, 5 anos, que pode ter sido a segunda provocada pela doença na cidade.

Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos sintomas de dengue clássica. A diferença é que a febre diminui após o terceiro ou quarto dia da doença e surgem hemorragias em razão do sangramento de pequenos vasos nos órgãos internos. 

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