Capital

Mãe procura adolescente que “desapareceu” após ser preso na Capital

Angela Kempfer | 31/03/2011 11:41

Depois de uma madrugada percorrendo a região da cachoeira Inferninho, Elizângela dos Santos, de 34 anos, chega em casa com menos esperança de encontrar o filho de 16 anos.

Com lanternas e ajuda de 3 amigos, ela resolveu ir até local conhecido de desova de corpos, depois de percorrer delegacias e unidades da Polícia Militar em busca do garoto que sumiu na terça-feira, depois de operação policial no Jardim Imperial, em Campo Grande.

“O menino estava chegando em casa e policiais do Cigcoe prenderam ele. Depois que jogaram o menino no camburão, não vi mais meu filho”, conta a mulher que é dona de casa.

Nervosa, ela garante que o rapaz nunca teve envolvimento com crimes e há um mês resolveu morar com um amigo no Jardim Imperial, depois da separação dos pais. “Ele mora com o menino, com o pai e a mãe dele. Foi esse amigo que me avisou do desaparecimento”, relata.

Elizângela, que vive na Vila Margarida, diz que a peregrinação em busca do filho começou ontem, primeiro pela unidade do Cigcoe, nos altos da Afonso Pena, depois por delegacias. “Ninguém sabe dizer nada, então começo a pensar que o menino está morto. O policial mostrou até no sistema da polícia, não aparece nada”.

Segundo ela, outras testemunhas falaram sobre a operação no Jardim Imperial, por volta das 22 horas da última terça. “Contaram que 9 pessoas foram abordadas, mas só levaram o meu filho, depois de baterem nele”, diz a mãe.

Sem informações, ela resolveu também procurar a comissão de Direitos Humanos da OAB, que acompanha o caso.

Ontem, o advogado da OAB estive na Deaij (Delegacia especializada de Atendimento à Infância e Juventude) e não há registros da prisão, garante a OAB. A família também já acionou o Ministério Público, a Auditoria Militar, pedindo providências. Cópias foram enviadas a Secretaria de Justiça e Segurança Pública.

Duas testemunhas já foram ouvidas ontem pela Deaij e contaram o que viram na noite do desaparecimento. A mãe registrou ocorrência por desaparecimento. Elizângela e pessoas próximas ao garoto disseram em depoimento que o adolescente não é usuário de drogas.

A Polícia Civil confirmou que o menino não tem qualquer antecedente criminal.

A Cigcoe pediu tempo para verificar se a operação no Jardim Imperial realmente ocorreu e se há registros da prisão. Até o fechamento da matéria, o grupo da PM ainda não havia respondido as solicitações.

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