Capital

Mãe de menina agredida pelo pai diz que apanhava dele e quer a guarda

Nadyenka Castro | 16/04/2012 15:00

A dona de casa de 30 anos mora em Jardim, tem outros 7 filhos e ainda cuida da neta de 3 meses

Madrasta foi levada para a delegacia no fim da manhã desta segunda-feira. (Foto: Pedro Peralta)
Madrasta foi levada para a delegacia no fim da manhã desta segunda-feira. (Foto: Pedro Peralta)

Há anos sem a ver a filha, a mãe da menina de nove anos agredida pelo pai na última sexta-feira no bairro Mário Covas, em Campo Grande, agora quer a guarda da criança e diz que o ex-marido era violento com ela.

“Comigo ele era violento, com ela [a filha] nunca foi”, fala a dona de casa de 30 anos, ao justificar porque o deixou cuidar da menina, “Eu confiava nele, Não é o pai? Então, eu confiava demais, não acreditava que pudesse fazer isso com ela”, diz a mulher.

Ela conta que ficou casada com o pai da filha por três anos e se separou, por causa da violência, afirma, quando a filha tinha recém aprendido a andar. “Não lembro quantos anos ela tinha. Faz muito tempo. Ela era pequenininha, tinha acabado de começar a andar”, diz.

A menina ficou com o pai e a mulher, que já tinha outros três filhos, foi embora de Campo Grande. Anos depois foi para Jardim, casou novamente, tem mais outros três filhos e ainda cuida da neta de três meses.

A dona de casa soube da agressão à filha por familiares da Capital e nesta segunda-feira viu o vídeo do ex-marido batendo na criança. “Estou no desespero até agora. Quer ver qual a mãe que não fica desesperada”, fala sobre o que está sentindo.

Ela diz que todos os familiares estão revoltados com a situação e vai pedir a guarda da filha, “Eu cuido dos meus sete filhos e de uma neta. Por que eu não vou cuidar dela? É bastante mas nós cria”, declarou a dona de casa.

Sobre a relação com a filha, ela fala que não vê a criança há muitos anos e que a última vez que conversou com ela pelo telefone foi ano passado, com ajuda de parentes. Apesar de não ter convivido com a menina, afirma que a criança vai ser bem cuidada, “Ela vai ter amor e carinho meu e das outras crianças, e do padrasto também”.

Caso não consiga a guarda da filha, a dona de casa não quer que a menina fique com parentes do pai. “Se isso acontecer, ele [o pai] vai ter contato com ela. Não tem essa de ficar com os pais dele. Se não ficar comigo, que fique com a minha família”.

A dona de casa define como desumano o que o ex-marido fez com a filha. “Isso para mim é desumano. Um pai, uma mãe, tem que educar o filho. Não precisa espancar para educar”.

O caso- Um vizinho filmou o homem agredindo a filha na última sexta-feira e entregou as imagens ao programa Balanço Geral. A Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) foi acionada e prendeu o agressor.

Nessa segunda-feira, a madrasta da menina foi levada à delegacia para prestar depoimento. Ela também teria batido na menina. O casal tem mais dois filhos.

Contra o agressor já consta uma denúncia por maus-tratos, vias de fato e violência doméstica no dia 27 de fevereiro. Na ocasião, o homem teria agredido as duas filhas.

Os nomes dos envolvidos não constam nas matérias porque o Estatuto da Criança e do Adolescente não permite divulgação de informações que leve à identificação de menores de idade.

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