Capital

Líder da Cidade de Deus aponta “oportunismo político” em atos por moradia

Aliny Mary Dias e Francisco Júnior | 08/09/2014 11:55
Grupo conversa com representantes da Prefeitura sobre manifestação (Foto: Marcos Ermínio)
Grupo conversa com representantes da Prefeitura sobre manifestação (Foto: Marcos Ermínio)

Depois das três horas de bloqueio na BR-262 e interdição da Avenida Afonso Pena, em frente ao prédio da Prefeitura da Capital, uma líder comunitária da região afirma que as manifestações não partiram dos moradores e que “oportunistas políticos” estão infiltrados no movimento.

Cerca de 200 moradores começaram as manifestações às 6 horas desta segunda-feira (8) com bloqueio em dois pontos da rodovia. Eles se revoltaram depois que na semana passada o MPE (Ministério Público Estadual) pressionou a prefeitura para despejar as cerca de 800 famílias que vivem na área invadida.

Veranilce Monteiro, conhecida na região como Zorinha, se identificou como líder da Cidade de Deus e foi até a prefeitura assim que soube da mobilização. Ela procurou o prefeito Gilmar Olarte (PP) e secretários para discutir sobre as ações dos manifetantes.

“São oportunistas políticas e também gente ligada aos sem-terra que estão acampados na BR-163 perto do lixão. O que estão fazendo, para mim, é exemplo de baderneiro”, diz a mulher que durante uma entrevista coletiva esteve ao lado do prefeito.

Manifestantes ocuparam Avenida Afonso Pena na manhã de hoje (Foto: Marcos Ermínio)

A mulher explica ainda que “a prefeitura não tem culpa e está trabalhando para resolver” e ressaltou ainda que não há ordem oficial de despejo contra as famílias.

Manifestação - Parte do grupo de aproximadamente 200 pessoas que integrou o movimento na rodovia seguiu em dois ônibus em direção à Avenida Afonso Pena. Um helicóptero e uma viatura da PRF (Polícia Rodoviária Federal) acompanharam o deslocamento dos ônibus.

Guardas municipais isolam o prédio da prefeitura e os moradores só têm acesso à entrada do estacionamento. Depois de negociarem com equipes da segurança da prefeitura, os manifestantes decidiram bloquear a avenida.

Um inquérito civil tramita na 29ª Promotoria de Patrimônio Público e Social sobre a ocupação irregular e furto de energia elétrica na área onde vivem as famílias. Reunião, em agosto, também envolveu setores de meio ambiente e defesa do consumidor.

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