Capital

Liberdade de pai que espancou filha é questionada por moradores

Elverson Cardozo | 18/04/2012 13:40

Vizinhos acreditam que justiça foi falha e que o agressor pode bater na filha novamente

Nadir Ferreira acredita que agressor precisa de tratamento psicológico. (Foto: Simão Nogueira)
Nadir Ferreira acredita que agressor precisa de tratamento psicológico. (Foto: Simão Nogueira)

A liberdade do homem que foi flagrado espancando a filha de 9 anos, provocou, além da revolta, questionamento entre os moradores do bairro Mário Covas, em Campo Grande.

Vizinhos acreditam que solto, o pai pode agredir a filha novamente e, inclusive, cometer a mesma crueldade com outras crianças. Para a dona de casa Nadir Ferreira, de 44 anos, o homem precisa de tratamento.

“Ele tem que ter acompanhamento psicológico. Não adianta ficar preso. Se soltar, vai continuar”, opina.

Estarrecida com a decisão judicial, uma moradora que prefere não ser identificada afirmou que a justiça brasileira deveria ser mais rígida.

“Cada um deveria colocar seu filho na mesma situação para ver que atitude tomaria”, disse.

“Será que o filho desse pessoal que soltou, dessa autoridade, iria ficar feliz com essa atitude?”, questiona.

A comerciante Jaqueline de Lima, de 25 anos, diz que o pai da menina não vai cumprir a determinação judicial de ficar longe da garota e não sair de Campo Grande. “Vai continuar batendo”, disse.

Receber a notícia de que um morador da mesma rua havia sido preso por espancar a filha, não foi uma “notícia boa”, cometa Jaqueline.

Fernando Escobar Martiniano, de 16 anos, considerou a situação um “absurdo” e acredita que se o homem voltar para o bairro será linchado.

Revolta – Outra moradora que falou apenas sob a condição de não ser identificada, informou que ontem populares cercaram a casa do homem, quando souberam, pelos jornais, que ele havia sido solto. “Eu acho que se ele voltar é para morrer”, declara.

Liberdade - O homem foi solto na noite desta terça-feira (17). Deixou a Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), onde estava preso desde sexta-feira (13), por voltas das 18h30.

Ele foi liberado sem o pagamento de fiança, após pedido de habeas corpus solicitado pelo advogado. O agressor estava em uma cela junto com outros dois detidos considerados de baixa periculosidade.

A decisão judicial determina que o homem responda o processo em liberdade e sem sair de Campo Grande. Ele também está proibido de se aproximar da vítima.

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