Capital

Justiça manda prender 11 envolvidos em ‘tribunal do crime’ e decapitação

José Carlos foi encontrado na cachoeira do Céuzinho no dia 28 de novembro e segundo a polícia, foi vítima da guerra entre facções

Geisy Garnes | 19/01/2018 14:22
O corpo de José foi encontrado no dia 28 de novembro (Foto: Paulo Francis)
O corpo de José foi encontrado no dia 28 de novembro (Foto: Paulo Francis)

A justiça decretou a prisão preventiva de 11 envolvidos na morte de José Carlos Louveira Figueiredo, 41 anos, encontrado decapitado, com mãos e pés amarrados, na cachoeira do Céuzinho em novembro do ano passado, em Campo Grande. Segundo a polícia, o homem foi vítima da guerra entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho.

De acordo com o Tribunal da Justiça, o juiz em substituição legal na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, decretou as prisões nesta quinta-feira (18), atendendo ao pedido de delegado Márcio Obara - responsável pelo investigação do crime e titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio).

Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, José Carlos foi morto por supostamente ter agredido o filho de um dos suspeitos e ainda por envolvimento com o CV (Comando Vermelho). A vítima e o filho, de 16 anos, foram sequestrados pelo no dia 18 de novembro, em frente a um comércio do Jardim Conrado.

Três dias depois, o adolescente foi liberado, mas o pai permaneceu em poder da facção até ser “julgado" pelo Tribunal do Crime e executado. Ainda conforme as investigações, José foi mantido em cativeiro em quatro endereços diferente durante esse tempo: no Jardim São Conrado, no Jardim Noroeste, no Bairro Taveirópolis e nas Moreninhas.

A denúncia defendeu ainda que José foi submetido a interrogatórios e a torturas durante os dias que foi feito refém. Após ser morto, foi decapitado e teve o corpo e a cabeça envoltos em um cobertor e sacos plásticos, que foram jogados em pontos diferentes do Inferninho. O corpo foi encontrado no dia 28 de novembro.

Os 11 suspeitos, todos membros do PCC, foram denunciados nos crimes de organização criminosa; sequestro e cárcere privado; ocultação de cadáver; e homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

“É evidente que crimes desta natureza – homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver, sequestro, cárcere privado e organização criminosa – trazem em seu bojo inquietação e insegurança à sociedade, notadamente quando há notícia de que procedem de grupos criminosos como o PCC, o que faz emergir o fundamento da ordem pública”, argumentou o juiz ao decretar a prisão.

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