Capital

Justiça libera, mas igrejas ainda se preparam para cultos e missas

Maioria ainda discute internamente como serão os procedimentos para garantir a segurança em meio à pandemia do novo coronavírus

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 19/04/2020 10:31
Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora está aberta para fieis, mas ainda não há celebrações (Foto: Marcos Maluf)
Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora está aberta para fieis, mas ainda não há celebrações (Foto: Marcos Maluf)

No primeiro domingo de cultos e missas com presença de fieis, após decisão judicial, poucas igrejas decidiram abrir as portas. A maioria ainda discute internamente como serão os procedimentos para garantir a segurança em meio à pandemia do novo coronavírus.

No Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, houve transmissão pela internet da missa dominical. Algumas pessoas foram à igreja cedo. O técnico de enfermagem Givanildo Balock, de 43 anos, classifica este momento de liberação das igrejas aos fiéis como “especial”. “Depois de tantos dias poder vir a igreja proporciona um momento de paz. Precisamos agradecer pelo dom da vida e poder trabalhar”.

Ele conta que estava acostumado a ir à Perpétuo Socorro todas as quartas-feiras e com o fechamento estava rezando de casa. Por isso, aproveitou o primeiro dia de portas abertas. “Estava sentindo falta. É diferente. Estava rezando de casa, mas o sentimento de estar aqui é muito melhor. Ainda mais com pouca gente”, diz.

O técnico de enfermagem diz que percebeu maior distância entre as pessoas e a maioria estava usando máscara, além da disponibilidade de álcool em gel. “É importante que as pessoas se cuidem, que a igreja esteja aberta para a população, mas que os fieis tenham conscientização”, completou.

A bioquímica Dagma Luciana, de 46 anos, também aproveitou a manhã de domingo (19) para ir a Perpétuo Socorro com o marido e o filho, de 7 anos. Todos usavam máscara, seguindo a recomendação da prefeitura. Ela diz que a abertura das igrejas é bom para “a parte espiritual”.

“Era para todos estarem usando máscara desde o começo, não só quem está doente. Trabalho na saúde, usamos todos os dias porque sabemos que é uma ferramenta para nossa proteção, então tem que usar. Percebemos que esta todo mundo preocupado”, afirma.

A bioquímica conta que durante o período de fechamento das igrejas, a solução foi continuar orando em família.

Miguel e Eliane foram cedo à Perpétuo Socorro (Foto: Marcos Maluf)

O pedreiro Miguel Ferreira, de 53 anos, foi a mulher Eliane Hortado, de 49 anos, a igreja logo cedo. Ele diz que as pessoas estavam respeitando as orientações e que a igreja aberta é uma “necessidade”. “Deus está em todo lugar e em nossos corações, mas temos necessidade de estar aqui. É bom [estar de volta], a palavra é sempre bem-vinda, traz bençãos a vida. E pela fé que temos a igreja tem papel importante”.

Na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Santo Antônio, o corpo pastoral e administrativo ainda irão definir, mas as portas já foram abertas hoje aos fieis. Segundo o padre Orozimbo de Paulo, as celebrações ainda não ocorrendo, somente a eucaristia, mas ainda hoje haverá reunião para debater a melhor forma de colocar em prática as orientações da arquidiocese.

O pastor Leandro Alencar, representante da Igreja Adventista, afirmou que ainda vai aguardar se não haverá outra decisão judicial, desta vez derrubando a presença dos fieis. 

O pastor Ronaldo Leite Batista, presidente do Conselho de Pastores de Campo Grande, afirmou que algumas igrejas evangélicas já abriram neste domingo, como a Assembleia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus, tomando as medidas de prevenção, como higienização e distanciamento entre as pessoas.

Fieis deixavam Igreja Universal do Reino de Deus, na Avenida Mato Grosso (Foto: Marcos Maluf)


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