Capital

Justiça extingue ação contra acusado de liderar golpe alavancado em igrejas

Alvo da Operação Ouro de Ofir faleceu, mas Justiça manteve bens apreendidos

Aline dos Santos | 01/11/2021 07:38
Vídeo divulgado em agosto na internet comunicou a morte de Sidinei dos Anjos Peró, da operação SAP. (Foto: Reprodução)
Vídeo divulgado em agosto na internet comunicou a morte de Sidinei dos Anjos Peró, da operação SAP. (Foto: Reprodução)

A Justiça extinguiu ação penal contra Sidinei dos Anjos Peró, que foi alvo da Operação Ouro de Ofir e acusado de liderar golpe alavancado pela Teologia da Prosperidade.

A decisão, publicada na edição de quinta-feira (dia 28) do Diário da Justiça, informa que foi anexada prova cabal da morte do denunciado. Desta forma, foi extinta a punibilidade no processo de crime contra a economia popular, que tramita na 4ª Vara Criminal de Campo Grande.

“De outro norte, no que tange aos bens apreendidos, em que pese a extinção da punibilidade, a apreensão decorreu em face de uma organização criminosa, sendo que, o fato de a extinção de um dos acusados da organização criminosa, não implica necessariamente a restituição dos bens, pois, os bens até então apreendidos seriam da organização criminosa e não propriamente de um ou outro integrante. Logo, por ora, INDEFIRO a restituição de valores e bens apreendidos, até o julgamento da presente ação”, informa a decisão. 

O processo tramita sob sigilo e não informa data ou motivo do óbito. Vídeo divulgado na internet informa que a morte de Sidinei foi em agosto. Nos comentários, muitas mensagens de pesar. 

A Operação Ouro de Ofir foi realizada em novembro de 2017 pela PF (Polícia Federal). 

Conforme relatório policial, a predileção por cooptar pastores evangélicos se destacava na Operação SAP, abreviação do nome Sidinei dos Anjos Peró, que chegou a ser preso na ação da PF. De acordo com a investigação, ele arregimentava pastores evangélicos, possivelmente como corretores, para vender “aportes” de sua operação a fiéis das igrejas. 

Ao ser deflagrada, a Operação Ouro de Ofir apontou 25 mil vitimas em todo o País. Depois, o número quase triplicou: 60 mil enganados. 

No golpe investigado pela Polícia Federal, as vítimas eram convencidas a “adiantar” um aporte (geralmente R$ 1 mil) e em troca, as pessoas teriam direito a receber mil vezes o valor antecipado.

A origem do dinheiro para pagar os investidores eram créditos de até R$ 1 trilhão relacionados com compra e venda de uma grande quantidade de ouro.

Os contratos eram, inclusive, registrados em cartório para aumentar a credibilidade. Para repatriação, 40% da altíssima soma ficaria com o governo federal, 40% doado como ajuda humanitária (reembolsando os aportes) e 20% para a família de Celso Eder Gonzaga de Araújo, apontado como líder da operação financeira Au-metal. 

O nome Ouro de Ofir faz alusão a uma cidade mitológica, que produzia ouro de maior qualidade e beleza, mas nunca localizada.

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