Capital

Justiça determina sequestro de imóvel usado para armazenar arsenal dos Name

Casa foi alvo da Operação Omertà, em maio de 2019, e foi fio condutor para chegar a milícia armada

Silvia Frias | 14/03/2021 17:02
Imóvel foi alvo da Operação Omertà em maio de 2019 (Foto/Arquivo)
Imóvel foi alvo da Operação Omertà em maio de 2019 (Foto/Arquivo)

Decisão da Justiça de Campo Grande determinou o sequestro de imóvel no Jardim São Bento onde foi encontrado arsenal de guerra e maio de 2019. O armamento, segundo investigação, pertencia a Jamil Name e Jamil Name Filho, acusados de chefiarem grupo de extermínio.

A decisão foi dada pelo juiz Olivar Roberti Conglian, da 2ª Vara Criminal, em processo que tramita em segredo de justiça. O objetivo do bloqueio de bens, conforme apurou o Campo Grande News, é garantir futuro ressarcimento ao empresário José Carlos de Oliveira, ex-proprietário de imóvel no bairro de alto padrão.

Essa decisão é resultado da fase 5 dos trabalhos da força-tarefa, a Snowball, deflagrada em 7 de outubro do ano passado para investigar crimes de extorsão armada, agiotagem e lavagem de dinheiro.

A reportagem teve acesso a ofício datado de 4 de março e que foi enviado ao tabelião do serviço de registro de imóveis da 2ª circunscrição. No documento, o aviso do sequestro do imóvel e a solicitação de averbação da indisponibilidade da matrícula da casa.

A casa fica na rua José Luiz Pereira e, em maio de 2019, foi alvo de busca e apreensão na Operação Omertà, em investigação deflagrada pelo Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). O flagrante foi o fio condutor que levou as prisões dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, apontados como líderes de organização criminosa e presos desde setembro daquele mesmo ano.

O empresário José Carlos de Oliveira, é relacionado como vítima de extorsão dos Name. Ele disse à polícia que teve a casa do Monte Líbano “tomada” pela família após viver três anos sob ameaça do grupo. O motivo, segundo o próprio José Carlos, seriam as dívidas de empréstimos que ele teria com a família que chegaram a R$ 3 milhões. 

Arsenal encontrado em flagrante do Garras (Foto/Reprodução)

Em novembro de 2020, o imóvel foi à leilão, depois que o empresário deixou de pagar parcelas de financiamento. 

Na ação, consta que José Carlos deu o imóvel como garantia de um empréstimo de R$ 209.990,00 que foi financiado em 120 parcelas com o banco Santander. Deste total, José Carlos teria quitado 75 parcelas, mas então caiu na inadimplência e por conta do atraso no pagamento teve o imóvel tomado pelo banco.

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