Capital

Justiça cumpre despejo de projeto social sob protestos de pais e alunos

Edivaldo Bitencourt e Michel Faustino | 23/01/2015 15:07
Projeto que atendia 200 crianças foi despejado na tarde de hoje (Foto: Marcelo Calazans)
Projeto que atendia 200 crianças foi despejado na tarde de hoje (Foto: Marcelo Calazans)
Sala onde funcionava projeto e que volta para organização não-governamental (Foto: Marcelo Calazans)

A Justiça cumpriu, no início da tarde de hoje (23), o despejo do projeto “Guerreiros do Amanhã”. Cerca de 20 pais e crianças e adolescentes beneficiados pelo programa fizeram um protesto pacífico. O pedido de reintegração de posse foi feito pelo organização não-governamental CRE (Centro de Recuperação Esperança), que atende dependentes químicos.

A dona de casa Tamara Aparecida Goes, 32 anos, foi uma das mães que foram ao local para protestar contra a retirada da Associação Gerando o Progresso, que mantém o projeto no local. Segundo o professor Luciano Muta de Queiroz, cerca de 200 crianças e adolescentes tinham aulas de artes marciais no espaço.

A pastora Iara Estevam, que chegou ao local acompanhada pelo oficial de Justiça e por uma viatura da PM, foi “aplaudida” pelos estudantes. “Obrigado por deixar a gente na rua”, afirmaram.

Tamara destacou que as crianças tinham trocado a rua pelas aulas do programa “Guerreiros do Amanhã”. Mãe de dois filhos contemplados pelo projeto, uma menina de 12 anos e um guri de 10, ela lamentou a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. “A Justiça deveria rever o despejo”, queixou-se. A dona de casa ressaltou que os filhos tiveram uma melhoria substancial no comportamento após freqüentar as aulas.

A mesma opinião tem o estudante João Carlos Esnard Lopes, 17, que também auxilia nas aulas de artes marciais no programa. “É muito importante para uma região com alto número de crianças carentes”, destacou o jovem.

A pastora Yara Estevam acompanhou a inspeção do oficial de Justiça no prédio. Ela apontou que o grupo depredou as salas. No entanto, o Campo Grande News acompanhou o processo e só observou uma parte da parede com rabiscos.

A pastora anunciou que o CRE deve realizar atividades voltadas para dependentes químicos e alcoólatras.
Muta anunciou que a saída foi pacífica, mas que a briga continuará na Justiça.

Pastora chega para despejar beneficiários por projeto e é "aplaudida" em protesto pacífico (Foto: Marcelo Calazans)
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