Capital

Juiz multa e manda polícia buscar testemunhas de aborto com morte

Bruno Chaves e Edivaldo Bitencourt | 13/08/2013 14:07
Jovem foi encontrada morta em um canavial abandonado (Foto: Arquivo Campo Grande News)
Jovem foi encontrada morta em um canavial abandonado (Foto: Arquivo Campo Grande News)

Duas testemunhas do “Caso Marielly”, jovem de 19 anos de idade que morreu após um aborto mal sucedido em Sidrolândia no dia 21 de maio de 2011, faltaram a audiência realizada pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande nesta segunda-feira (12). Elas foram multadas em R$ 80 cada. A decisão da multa foi do juiz Aluizio Pereira dos Santos, que marcou nova audiência. 

Na audiência de ontem, deveriam ser ouvidas as testemunhas de defesa de Jodimar Ximenes Gomes, enfermeiro que teria recebido dinheiro de Hugleice da Silva, cunhado de Marielly, para realizar o aborto. Conforme a acusação do MPE (Ministério Público Estadual), Hugleice engravidou a cunhada e pagou o enfermeiro para a realização do aborto. 

A versão das testemunhas cumpre carta precatória procedente de Sidrolândia, onde tramita o processo principal. Entretanto, embora intimadas, as testemunhas não compareceram na audiência e não apresentaram nenhuma justificativa. O advogado de defesa, David Moura de Olindo, também não soube dizer os motivos pelos quais deixaram de comparecer na audiência.

Por causa dessa situação, Aluizio determinou que as duas testemunhas fossem procuradas por telefone celular, o que também não deu certo. Diante da última tentativa, o juiz arbitrou a multa de R$ 80 a cada uma e ainda oficiou a polícia para conduzi-las à nova audiência marcada para a próxima semana, dia 20 de agosto, às 15h45.

Segundo informou o magistrado, o objetivo é evitar que haja mais demora no cumprimento da mencionada carta precatória e julgamento dos acusados de um fato que tomou grande proporção social pelas dificuldades iniciais enfrentadas pela polícia para se desvendar o crime e respectivas autorias.

Caso – Marielly foi vista pela última vez em casa, em Campo Grande, no dia 21 de maio de 2011. O corpo foi encontrado no dia 11 de junho do mesmo ano em um canavial abandonado em Sidrolândia.

O enfermeiro Jodimar foi apontado como culpado por Hugleice da Silva, cunhado de Marielly, que negava envolvimento no caso e ‘ajudava’ a família na batalha por um desfecho para o caso. No entanto, após a primeira noite na prisão, o enfermeiro passou a confessar a participação.

Hugleice confessou que levou a jovem até a casa de Jodimar, em Sidrolândia, para fazer o aborto, e depois, quando o procedimento deu errado, junto com o enfermeiro, colocaram o corpo no carro e o jogaram em um canavial. Os dois chegaram a ser presos, mas aguardam processo em liberdade.

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