Capital

Juiz decreta prisão temporária do suspeito de matar professor

Ricardo Campos Jr. | 17/03/2015 13:45
Bruno foi morto na escola em que trabalhava (Foto: arquivo pessoal)
Bruno foi morto na escola em que trabalhava (Foto: arquivo pessoal)

O juiz plantonista José Henrique Neiva de Carvalho e Silva decretou a prisão temporária do técnico em automação bancária Francimar Câmara Cardoso, suspeito de matar o técnico de informática e professor Bruno Soares Santos, de 29 anos, na manhã de segunda-feira (16) no Centro de Campo Grande. A decisão foi tomada ontem à noite atendendo ao pedido da 1ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga o caso.

Marcos Ivan, advogado do suspeito, diz que a solicitação foi “muito apressada” e garante que vai apresentar o cliente dele, só não detalhou quando isso vai acontecer. Ele afirma que está tentando negociar com o delegado responsável pelo caso, Miguel Said, para que Francimar não seja detido em flagrante.

O técnico em automação bancária, segundo o advogado, não tem antecedentes criminais, além de ter endereço e trabalho fixos. Marcos Ivan disse ainda que Francimar está em uma cidade próxima a Campo Grande e confessou o crime para ele, alegando que a esposa era assediada pela vítima.

A Polícia Civil já sabe que o motivo do crime foi uma crise de ciúmes que o suspeito teve ao saber que a mulher dele havia sido vítima de uma tentativa de abuso por parte de Bruno, que a agarrou em um ponto de ônibus, a levou para um corredor abandonado onde cometeu o abuso.

O caso aconteceu no dia 23 de fevereiro e está sob investigação na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). A vítima registrou a ocorrência na semana passada e a polícia investiga porque ela demorou tanto tempo para procurar ajuda. O inquérito ainda estava em fase inicial e continuará mesmo após a morte de Bruno, já que o caso foi o pivô do homicídio.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, em 2010, três pessoas registraram boletins de ocorrência contra o técnico de informática.

No primeiro caso, de ato obsceno, o registro informa que ele parou o automóvel, um GM Corsa preto de quatro portas, e pediu informações para uma jovem de 21 anos que aguardava no ponto de ônibus na Rua Presidente Café Filho, no Bairro Almeida Lima. Quando ela se aproximou, ele mostrou o órgão genital e disse palavras de baixo calão, indo embora em seguida.

Em junho, na região da Vila Planalto, na Avenida Júlio de Castilho, teria abordado uma moça também de 21 anos e a forçado a entrar em seu carro, tentando beijá-la à força. Ela conseguiu tirar a chave da ignição e fugir – caso registrado como importunação ofensiva ao pudor. Em outubro, voltou a mostrar seu órgão, desta vez para duas adolescentes que transitavam pela Júlio de Castilho, cruzamento com a Barão de Ladário, na Vila Sobrinho.

Ele não foi intimado ou preso porque os atos cometidos foram entendidos como “de menor potencial ofensivo”, alega a Polícia. A delegada explica que a importunação ofensiva ao pudor nem chega a ser crime. “É uma contravenção penal e por isso não leva a prisão. É feito um termo circunstanciado e o caso é encaminhado para o juizado especial”, explicou.

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