Capital

Jovens acusados de homofobia se dizem assustados com repercussão

Jorge Almoas e Viviane Oliveira | 19/04/2011 17:50
Filho do prefeito de Costa Rica (de preto) confirmou as agressões. O primo dele (de laranja) também é acusado.
Filho do prefeito de Costa Rica (de preto) confirmou as agressões. O primo dele (de laranja) também é acusado.
Um dos acusados chegou com o pé engessado à delegacia, motivado pelas agressões. (Foto: Simão Nogueira)
Outro acusado começou depoimento sorrindo. Delegada disse que pode ser nervosismo(Foto: Simão Nogueira)

Os quatro jovens acusados de agredir um estudante de Artes Visuais por homofobia na madrugada do último dia 15, se mostraram assustados com a repercussão do caso, mas negaram os xingamentos homofóbicos e qualquer atitude de aversão à homossexualidade, o que configura a homofobia. Eles prestaram depoimento nesta terça-feira no 1º DP, no Centro de Campo Grande.

“Por causa da repercussão, os quatro perderam o emprego”, informou o advogado de defesa, Wagner Leão do Carmo, sem saber dizer aonde os jovens trabalhavam.

A delegada que apurou os depoimentos, Daniella Kades, comentou que chegou a dar entrevistas para Curitiba e São Paulo sobre o caso de agressão por homofobia.

O advogado explicou que os jovens haviam saído de um local, não detalhado, onde se envolveram em uma discussão. Exaltados, eles passaram pelo cruzamento das ruas Boa Vista e Bahia, onde avistaram a vítima e um amigo, que estavam em uma boate próxima.

“Eles não xingaram ninguém, mas resolveram agredir”, disse Wagner, confirmando a falta de motivo para a agressão.

Sobre a homofobia, todos negaram não ter qualquer atitude contrária a homossexuais. A vítima e o amigo, que correram para não serem agredidos, sustentam que foram xingados de “veados”.

Um dos jovens que esteve na delegacia na tarde de hoje iniciou o depoimento sorrindo. A delegada comentou que o motivo do sorriso pode ser nervosismo. Kades informou que aguarda a chegada do TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), onde os acusados se comprometem a responder à justiça quando forem chamados.

A repercussão do caso é atual uma vez que no final de semana, uma travesti foi morta a facadas por três homens em Campina Grande (PB).

Em São Paulo, diversos casos de agressão a homossexuais foram registrados, como do adolescente agredido com uma lâmpada fluorescente.

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