Capital

Jovem pegou estudante para realizar manobras no Inferninho, diz advogado

Filipe Prado | 22/01/2015 11:00
Oliveira ainda alegou que Thiago não perdeu a memória e estaria empinando (Foto: Marcelo Calazans)
Oliveira ainda alegou que Thiago não perdeu a memória e estaria empinando (Foto: Marcelo Calazans)

O advogado da família e tio da estudante Victória Nunes Frete, 17 anos, José Anezi de Oliveira, garante que o motociclista Thiago Ângelo de Lima, 22 anos, estava empinando a moto no momento em que perdeu o controle e derrubou a vítima dentro do Rio Anhanduí. Ele apontou que o acusado não perdeu a memória, como alegou para o advogado de defesa Marlon Ricardo Lima Chaves.

Conforme Oliviera, Thiago buscou Victória na residência dos pais dela e depois foi até a sua casa, na Vila Carvalho. Ele contou para os responsáveis da adolescente que eles iriam para uma pista abandonada, próximo a cachoeira do Inferninho, na saída para Rochedo, realizar manobras com a moto.

Para ir até a pista, ele pegou a Avenida Fernando Corrêa da Costa e fez uma conversão a direita, para entrar na Ernesto Geisel. Nesse momento, de acordo com o advogado, Thiago empinou a moto, então perdeu o controle da direção. “Quando ele viu que perdeu o controle, é natural que ele pensasse nele. Isso é ato de qualquer ser humano”, comentou Oliveira.

Ele contou que Thiago bateu contra a árvore, mas a adolescente, junto com a moto, caíram dentro do rio. A menina foi arrastada até a Rua Tonico de Carvalho, onde foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros.

Oliveira afirmou que não havia um desnível na pista que “justificasse a perda de controle da moto”. Ele revelou que três pessoas foram até a 1ª Delegacia de Polícia para prestar depoimento, espontaneamente, e afirmaram que Thiago estava empinando no momento do acidente.

Thiago alegou, conforme seu advogado, que não se lembrava do acidente, mas Oliveira assegurou que ele não perdeu a consciência, já que no momento em que os bombeiros realizam o resgate, ele passou o nome de seus familiares.

O advogado ainda contestou a informação de Marlon, que disse que a moto poderia empinar se estivesse na 1ª ou 2ª marcha, sendo que a moto de Thiago foi encontrada na 5ª. “A moto ficou destruída quando caiu. Ela poderia ter alterado a marcha em decorrência do acidente”, concluiu.

A família, de acordo com Oliveira, não está buscando vingança, mas justiça. Eles querem que Thiago seja indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Mas o advogado do motociclista afirma que isso não é possível.“Para ser doloso, o acusado tem que prever resultado e achar que o resultado irá acontecer”, explicou Marlon.

O Campo Grande News entrou em contato com o delegado Miguel Said, que investiga o caso, mas as ligações não foram atendidas. Thiago vai prestar depoimento na segunda-feira, a partir das 9h, na 1ª Delegacia de Polícia.

De acordo com os bombeiros, Victória teve traumatismo craniano, lesão na face, além de quebrar os dentes e apresentar sinais de afogamento, já que caiu de bruços na água. O Corpo de Bombeiros chegou ao local três minutos após o salvamento e levou a menina, desmaiada e em estado grave, para a Santa Casa, mas Victória não resistiu aos ferimentos e morreu.

Thiago, em seu perfil no Facebook, postou várias fotos empinando a mesma motocicleta envolvida no acidente. Muitas das fotos ele não usava capacete. Caso as manobras sejam comprovadas pela polícia, Thiago poderá responder por homicídio doloso.

Thiago e a namorada iriam para uma pista de manobras abandonada (Foto: Marcelo Calazans)
Victoria morreu na Santa Casa (Foto: Marcelo Calazans)
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