Capital

Jovem assume crime em vídeo e diz que matou comerciante "traíra" e "agiota"

Liniker Ribeiro | 06/01/2021 15:45
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

De um lugar escuro, sem mostrar por completo o rosto, jovem que se apresenta como sendo Maykon Lucas, suspeito de matar a tiros e golpes de faca o comerciante Hugo Gonçalves Insabralde, de 29 anos, confessou autoria do crime por meio de vídeo gravado e publicado em perfil do Facebook, na tarde desta quarta-feira (6).

Nas imagens, o jovem primeiro se apresenta e afirma que decidiu gravar o vídeo, postado em página “fake”, criada especialmente para a publicação do conteúdo, como forma de “esclarecer” o ocorrido.

“Eu vim esclarecer essas conversas que tá no Facebook aí, de que eu matei o comerciante, o dono da conveniência, mas ninguém sabe o motivo. E outra, não matei nenhum pai de família não, eu e o Hugo éramos sócios, sobre dinheiro a juro, essa conveniência é só uma fachada para dinheiro a juro”, acusa o rapaz.



Em seguida, ele afirma que o motivo de ter atirado, esfaqueado e ainda agredido o comerciante foi “trairagem”. “Não matei por causa de dinheiro não, porque passava R$ 30, 40 mil ali na minha mão toda hora, bolada de dinheiro. Se fosse por causa de dinheiro, eu tinha matado ele quando passava 100 mil na minha mão. Foi trairagem, porque ele deu em cima da minha mulher, falou que eu não era nada”, afirma.

No decorrer do vídeo, o jovem ainda afirmou ter lido conversa entre a vítima e sua esposa. “Ele deu em cima da minha mulher e ainda queria me matar. Ele mandou uma mensagem e eu visualizei, porque eu tenho o Facebook dela logado no meu celular. Eu visualizei a mensagem e aí fiquei quieto, na minha”, disse.

Ao detalhar ainda mais qual seria o motivo do crime, Maikon disse ainda ter encontrado com a mulher mais tarde, para ir vacinar o filho do casal. Logo depois, ao passar com ela na conveniência, percebeu diferença no comportamento de hugo.

“O cara viu eu com ela, porque parei em frente da conveniência com ela, ficou ‘estranhaço’ comigo, eu disse que só ia levar ela lá em casa e já ia voltar para a conveniência. Fui e voltei, aí ele falou pra mim ‘você tem alguma coisa para falar pra mim, porque se tiver alguma coisa para resolver comigo a gente já resolve agora’. Ele tem uma pistola, é agiota, não era pai de família, não era comerciante não, igual vocês estão falando aí, que era o bonzinho, que me ajudou, não era o bonzinho não, só eu sei o que nós fazíamos junto. Eu sei a capacidade que ele tem de matar os outros, porque eu já vi”, acusou o suspeito de homicídio.

Comerciante foi morto em frente a conveniência, no Danúbio Azul (Foto: Henrique Kawaminami)

O vídeo continua com novas revelações. “Eu falei que não tinha nada para resolver com ele, ele foi em direção a BMW, ele tem uma pistola, que eu sei que ele tem, que alguém deve ter tirado de lá, pegou e foi na direção da BMW, eu vou esperar o cara pegar a arma para me matar, se já sei a capacidade do cara, já sei o tranqueira que ele é?”, diz em nova acusação.

Sobre a atividade ilegal que ambos exerciam, como afirmou no vídeo, o suspeito afirmou que anotações dentro do estabelecimento provariam o trabalho. “

O rapaz também negou viver em espaço cedido pelo comerciante, como forma de ajudá-lo. “Como que eu não tinha onde morar? Quem me conhece na vila sabe que eu tenho dinheiro”, afirma.

Antes de encerrar, o jovem que se identifica como o assassino ainda afirmou que irá se apresentar à polícia. “Vou me apresentar, pagar pelo que eu fiz, me apresentar com meu advogado. Sei que o que eu fiz é errado, agi no nervosismo, com a cabeça quente, mas agora já aconteceu, não tem o que fazer”, encerrou.

O crime – Hugo Gonçalves Insabralde foi morto no fim da tarde da última segunda-feira (4), em em frente a conveniência no Bairro Danúbio Azul.

Uma das linhas de investigação seria o medo do autor de "perder a boa vida". Ao Campo Grande News, o delegado Ricardo Meirelles, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, contou que a vítima começou a se queixar com familiares e amigos próximos sobre os lucros da conveniência, desconfiando de desvio de caixa.

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