Capital

Interceptações da operação Omertà mostram agiotagem com juros de 20%

Militar da reserva diz que anda armado 24 horas e faz segurança para Jamil Name

Aline dos Santos | 16/10/2019 13:56
Trecho de interceptação telefônica da operação Omertà. (Foto: Reprodução)
Trecho de interceptação telefônica da operação Omertà. (Foto: Reprodução)

A investigação da operação Omertá, que apura grupo de extermínio e milícia armada, mostra uma atuação polivalente da organização criminosa, incluindo ramificação em agiotagem.

Alvo de preventiva em 27 de setembro, Andrison Correia, que é militar reformado do Exército, aparece cobrando 20% de juros. No mês de julho, uma interceptação telefônica, interlocutor questiona se Andrison poderia emprestar R$ 150 e cobrava quanto de juros. A resposta foi que era de 20%.

Na sequência, o relatório traz uma segunda menção a crime de agiotagem. “Dentre os indivíduos que, em tese, seriam devedores do investigado no que se refere à atividade de agiotagem praticada por Andrison Correia chama a atenção a conversa” em que um homem acena com a possibilidade de antecipar pagamento de R$ 5 mil.

Andrison também é enfático ao cobrar dívida com garagista por venda de veículos, citando que anda armado 24 horas e faz segurança para Jamil Name, que também foi preso apontado como líder da organização criminosa.

No mandado de busca e apreensão foram apreendidos três cheques e dois contratos particulares de empréstimo de dinheiro. Andrison está preso na 14ª Companhia de Polícia do Exército. Em documento protocolado ontem (dia 15), o advogado Antônio Cairo Frazão Pinto pede a revogação da prisão preventiva do militar.

Conforme a defesa, o preso “não pretende de nenhuma forma perturbar ou dificultar a busca da verdade real, no desenvolvimento processual, tanto que em delegacia contribuiu com o trabalho dos agentes policiais, bem como informou de forma coesa sua atividade laboral, endereço e telefone, pois não apresenta o perfil de pessoa perigosa ou voltada para a vida do crime”.

Arsenal – Fio da meada da operação Omertà, a apreensão de arsenal de guerra no bairro Monte Líbano foi em imóvel em nome de Jamil Name e Jamil Name Filho. Segundo relatório do Garras, no entorno do paiol (local onde fica as armas), vizinhos relataram, sob sigilo, que o antigo proprietário devia para a família Name e foi obrigado a "simular" contrato. 

O ex-proprietário se mudou de Mato Grosso do Sul. A outra antiga dona preferiu não comentar os fatos. Há um contrato de compra e venda do imóvel, registrado em cartório, no ano de 2017.

Arsenal foi apreendido em imóvel no Monte Líbano. (Foto: Clayton Neves)
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