Capital

Imóveis do “Minha Casa, Minha Vida” são depredados e têm risco de invasão

Aline dos Santos | 28/05/2015 12:42
Obra de residencial foi autorizada em 2012. (Foto: Marcos Ermínio)
Obra de residencial foi autorizada em 2012. (Foto: Marcos Ermínio)
Vidros são depredados em residencial no Caiobá 2. (Foto: Marcos Ermínio)
Telhado de casa já não tem placa do sistema de aquecimento solar. (Foto: Marcos Ermínio)

Com previsão de entrega para julho, 1.504 imóveis do programa “Minha Casa, Minha Vida”, no bairro Caiobá 2, sofrem depredações e correm risco até de invasão por retardar o sonho de sair do aluguel.

Vizinha do mega residencial, na rua Cachoeira do Campo, a diarista Silvana Araújo, 43 ano, conta que os imóveis estão prontos há um ano. “Toda hora tem que trocar os vidros quebrados, cortar a grama e trocar as caixas de água que o vento leva”, diz. Vândalos quebram as vidraças, enquanto os reservatórios de água, instalados em postes, sucumbem ao vento forte.

No local, a reportagem constatou vidros quebrados e falta de placas de aquecedor solar em algumas unidades. Em fevereiro, foi trocada a empresa responsável pela segurança.

Silvana relata que é comum, principalmente no domingo, que futuros moradores parem em frente ao residencial para ver o novo endereço. As placas da obra, iniciada em 2012, revelam custo total de R$ 88,7 milhões.

O padeiro Nílson Alves dos Santos, 39 anos, afirma que tem cadastro na Emha (Agência Municipal de Habitação) desde 2000 e que não suporta mais arcar com aluguel de R$ 600 se a casa nova está pronta. “A gente precisa sair do aluguel para dar uma vida melhor para a família. São quase dois anos de atraso. A gente não foi chamado para nada. Ficam nessa ilusão, iludindo a gente”, reclama.

Segundo ele, pessoas na mesma situação já cogitam invasão dos imóveis nos próximos dias. De acordo com Nilson, já foram citados entraves como necessidade de asfalto, construção de escola e creche. “As casa estão prontas. Não tem mais o que fazer lá. Tenho certeza que próximo da política vão entregar”, diz o padeiro.

De acordo com a assessoria de imprensa da Caixa, a previsão de entrega do residencial é no início de julho. Conforme o banco, não basta o imóvel ficar pronto, pois são diversas fases até a entrega da casa, como avaliação de documentos, sorteio, vistoria, assinatura do contrato.

Ainda conforme a assessoria, o recurso é federal, mas a Emha indica a demanda que se enquadra nas exigências do programa habitacional.

O empreendimento imobiliário tem oito blocos, sendo 266 casas no blocos 1 e 2; 422 nos blocos 3 e 4; 394 imóveis no 5 e 6; e 422 nos blocos 7 e 8.

O contrato para construção foi assinado em 20 de agosto de 2012. O foco era atender famílias com renda de até R$ 1,6 mil. Com 40 metros quadrados, a casa tem dois quartos, sala, cozinha, banheiro e sistema de aquecimento solar. Cada unidade custa R$ 59 mil.

Residencial Celina Jallad tem 1.504 casas. (Foto: Marcos Ermínio)
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