Capital

Idosos deixam “falsos motoboys” de banco levarem cartões e perdem R$ 20,5 mil

Vítimas procuraram a polícia após caírem em golpe de pessoas que fingiam ser do Banco do Brasil, Itaú e Bradesco

Izabela Sanchez | 13/04/2019 11:15
Fachada da 2ª DP onde as operações da Depac Centro acontecem temporariamente (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Fachada da 2ª DP onde as operações da Depac Centro acontecem temporariamente (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Três idosos que vivem em Campo Grande, de 60, 61 e 74 anos, sofreram prejuízo de R$ 20.579 na sexta-feira (12) ao deixarem que "falsos motoboys" de bancos levassem os cartões de crédito. Eles sofreram golpes de pessoas que disseram ser funcionários de bancos, anunciaram compras não autorizadas e ofereceram “motoboys” para buscarem os cartões nas residências.

Uma idosa de 61 anos, moradora do Conjunto Residencial Mata do Jacinto, teve ao menos R$6.981 de prejuízo nos cartões de crédito até a noite de sexta-feira. Ela foi enganada por pessoas que afirmaram serem do Banco do Brasil, uma ligação sobre prevenção à compras suspeitas no crédito.

Ela buscou a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro para denunciar o caso. Conforme relatou aos policiais que registraram o boletim de ocorrência, por volta das 17h55 recebeu uma ligação no telefone fixo da residência. Na ligação, a pessoa dizia que uma “compra suspeita” foi realizada no cartão de crédito.

A idosa foi orientada a ligar para o Banco do Brasil acionando o número que aparece no verso do cartão, mas ao ligar, a chamada foi desviada para outro atendente. A pessoa, que se passou por funcionário do banco, pediu informações sobre a senha de letras e número, número do cartão e código de verificação.

O atendente ainda ofereceu um “motoboy” para buscar o cartão, que foi até a casa da idosa e levou os cartões de crédito. Logo em seguida, no celular da vítima, mensagens informavam sobre compras realizadas. Até o momento em que denunciou o caso à polícia, por volta de 22h45, o prejuízo já beira os R$ 7 mil. Ela ainda informou que outras compras, empréstimos e transações foram tentadas com os cartões.

Um idoso de 74 anos, que vive no bairro Vila Santa Luzia, caiu no mesmo golpe. Ele recebeu uma ligação por volta das 16h30 de uma pessoa que dizia ser funcionário do banco Itaú. O suposto funcionário afirmou ter cancelado uma tentativa de compra no cartão do idoso, realizada em Nova Andradina, a 300 km de Campo Grande.

O cartão do idoso, dizia, havia sido clonado, e uma operação conjunta entre o banco e a Polícia Federal iria precisar dos cartões de crédito. Mesmo desconfiado, ele entregou os cartões a um mobotoy. Logo em seguida mensagens anunciavam compras no valor de R$400,00, R$1.600,00 e R$1.700,00, além de tentativas de compra.

Morador do centro, um idoso de 60 anos também deixou que os cartões fossem levados. Ele recebeu uma ligação que anunciava ser da empresa que administra o cartão, por volta das 15h. A pessoa relatava duas compras, questionava se o idoso havia realizado as operações e orientava que ele ligasse ao Bradesco pelo número que consta no verso do cartão.

Ao ligar, o atendente afirmou que estava cancelando os cartões. O idoso passou os dados pessoais e senhas dos cartões. O atendente pediu que ele recortasse os cartões, deixassem apenas os 4 últimos números e o chip, colocasse em um envelope e entregasse a um perito que iria buscar o envelope.

Ele entregou os cartões e em seguida o mesmo atendente pediu que ele desligasse o celular por 30 minutos “para atualização de cadastro”, o que provocou desconfiança no idoso. Ele acionou o gerente do banco, foi orientado e bloquear os cartões e procurar a polícia, mas duas compras no valor de R$ 4.999,99 e R$ 4.900 já haviam sido realizadas em uma empresa chamada Wilham Barueri.

Os três casos foram registrados na delegacia como estelionado.

 

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