Capital

Hospital infantil será provisório até construção de nova unidade na maternidade

Hospital pediátrico abre para atender demanda reprimida, tem criança que espera consulta há 18 meses

Paula Maciulevicius Brasil | 04/08/2021 11:52
Hospital da Criança receberá o "Hope", Hospital Pediátrico de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Hospital da Criança receberá o "Hope", Hospital Pediátrico de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Anunciado nesta semana, o Hospital Pediátrico deve ser lançado no aniversário da cidade, dia 26 de agosto, pelo menos, é esta a previsão do município. A unidade vai funcionar de forma provisória no antigo Hospital da Criança, isso porque o Estado quer construir, em até três anos, um novo hospital infantil no estacionamento da Maternidade Cândido Mariano.

Na manhã de hoje, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, falou que o hospital pediátrico funcionará de forma transitória até "embarcar" o projeto da construção. 

"Vamos trabalhar neste sentido, é hora da gente mostrar para Campo Grande e para o Mato Grosso do Sul que nós temos condições de ter um hospital que possa ser referência não só no Estado, mas no País em termo do binômio mãe e filho", ressaltou Geraldo. 

Secretário de Saúde, Geraldo Resende falou que maternidade e hospital pediátrico vão virar referência no atendimento mãe-filho para o País. (Foto: Marcos Maluf)

Relembrando toda a história de 80 anos da maternidade, o secretário enfatizou que Campo Grande é a única Capital que não tem hospital próprio. "Hospital Materno Infantil Cândido Mariano, podemos preservar até a história para a gente também rememorar aqueles que tanto contribuíram aqui e apontar para o futuro, que, certamente, será grandioso no Estado", declarou Geraldo.

O titular da pasta da saúde disse também que o Governo dará aporte financeiro para a construção do edifício que terá de 4 a 5 andares e vai contemplar todas especialidades que um hospital materno-infantil precisa ter. 

A proposta é fazer do hospital referência na linha materno-infantil e ser quase na totalidade atendimento pelo SUS. 

Hope - Enquanto se pensa no projeto de construção, o hospital pediátrico que se chamará "Hope", traduzindo do inglês quer dizer "esperança", será implantado no Hospital da Criança. 

"Vamos ser parceiros de alugar o Hospital da Criança para acoplar um número de leitos e fazer processos cirúrgicos que estamos precisando, principalmente, na área de pediatria com resolução de demandas da área cirúrgica e também de exames", comenta o secretário.

A ideia de alugar o antigo Hospital da Criança já vinha sendo pensada pela atual diretoria da Cândido Mariano. 

Diretor executivo da maternidade, Rodrigo Lucchesi explica a necessidade de ter uma estrutura que atenda às demandas da pediatria do município. (Foto: Marcos Maluf)

Diretor executivo da Cândido, Rodrigo Lucchesi Cordeiro, explicou que já existe uma grande demanda de atendimento da pediatria tanto na Capital quanto no Estado. 

No ano passado, a maternidade chegou a fazer 60 cirurgias pediátricas, entre elas, de crianças que tinham hérnia umbilical, o diagnóstico de cirurgia, mas só operaram com 13, 14 anos.

"Não se tem essa resolutividade pediátrica no nosso Estado, agora a maternidade vai abraçar a abertura de um hospital pediátrico", comenta Rodrigo.

Já com a locação do Hospital da Criança, a maternidade Cândido Mariano vem montando internamente as enfermarias, centro cirúrgicos, consultórios e ambulatórios. A capacidade de atendimento será de 2,7 mil crianças ao mês. 

A estrutura deve contar com 32 leitos, e serão oferecidas 11 subespecialidades da pediatria. O hospital também terá capacidade de realizar 170 internações, 150 procedimentos cirúrgicos, 1,2 mil exames de imagem e 10 mil exames laboratoriais por mês.

A abertura do hospital pediátrico será 100% SUS e com uma linha estendida de cuidados, que hoje contempla o materno e neonatal. "Vamos estender os serviços da maternidade e atender agora pediatria", explica Rodrigo.

Pediatra, Ana Carolina Nasser vai assumir diretoria técnica do Hospital Pediátrico que abre para suprir demanda de cirurgias. (Foto: Marcos Maluf)

Diretora técnica do Hospital Pediátrico de Campo Grande, a pediatra Ana Carolina Nasser explica que até se faz diagnóstico pré-operatório no Centro de Especialidades, no entanto, é preciso "desafogar" a fila de espera para as cirurgias pediátricas. 

Um exemplo elencado pelos diretores mostra o tamanho da fila. Uma criança está há 18 meses esperando uma consulta com médico otorrino, segundo informação do sistema da regulação de vagas. "O médico atende, aí vai pedir a cirurgia, e o prazo é indefinido", comenta Rodrigo. 

O hospital vai absorver a demanda por consultas de subespecialidades pediátricas, além das cirurgias e exames. "Existe uma demanda muito reprimida, vamos começar atender a fila que já existe bem antes da pandemia", explica Ana Carolina Nasser. 

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