Capital

Horário do toque de recolher já mudou 11 vezes desde o início da pandemia

Decretos municipais vêm alterando período da medida sanitária em Campo Grande; atualmente tem início à meia-noite

Guilherme Correia | 15/09/2020 14:29
Agentes da Guarda Civil Metropolitana durante fiscalização no início da medida sanitária em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Agentes da Guarda Civil Metropolitana durante fiscalização no início da medida sanitária em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Mais recente decreto publicado pela prefeitura de Campo Grande estipula início do toque de recolher à meia-noite e aumenta para 11 a quantidade de alterações no horário do confinamento obrigatório. Estabelecido em março, é estratégia para tentar frear acidentes que lotam UTIs durante a pandemia e também a disseminação do novo coronavírus em bares e restaurantes.

Segundo a prefeitura, as alterações levam em conta as estatísticas de controle da doença. Quando a lotação de UTIs estão sob controle, o confinamento diminuiu. Ao contrário, o tempo de permanência longe das ruas aumenta.

Nos comentários das redes sociais do Campo Grande News, alguns leitores comemoram a "hora a mais" para ficar nas ruas, decretada nesta segunda-feira (14). Outros ironizam a medida de prevenção à covid-19 dizendo que "nem lembravam que existia".

(Arte: Ricardo Gael)

O toque de recolher teve início uma semana após as duas primeiras confirmações de coronavírus em Mato Grosso do Sul, que chegou em 14 de março. A medida inicial começava às 22h.

Dias após, em 25 de março, mudou para 20h, mas logo retornou às 22h e ficou assim até 10 de maio. O impedimento de circulação das pessoas vem sendo fiscalizado, desde então, por agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

O irônico é que nos dois meses de pico da pandemia na Capital, mais pessoas foram flagradas desrespeitando as normas.

(Arte: Ricardo Gael)

Até o fim do quinto mês do ano, o horário mudou para a meia-noite e permaneceu até 24 de junho, quando retornou novamente para 22h. A partir de 26 de junho, o horário começava às 23h. Mesmo com mais tempo para ficar nas ruas nesse período, a Guarda realizou 4.951 abordagens de pessoas nas ruas, número maior do que os dois meses anteriores.

Em 8 de julho, com crescente nos casos da doença em Campo Grande, as medidas foram enrijecidas e a proibição passou a valer a partir de 20h, permanecendo assim até o fim do mês, que registrou maior quantia de pessoas abordadas nas ruas da Capital - 5.571.

Em agosto, o início voltou para 21h até o dia 17, quando retornou mais uma vez para 22h. As "horas a menos" nesse mês foram responsáveis por serem registradas 4.327 pessoas durante o período, número abaixo do mês anterior.

A penúltima alteração, decretada no início de setembro, previa período das 23h às 5h e ficou assim até ontem (14). A partir de quarta-feira (16), os campo-grandenses voltam a não poder circular nas vias da cidade a partir da meia-noite.

Afrouxamento de medidas - Questionada sobre as constantes alterações, a assessoria de imprensa da prefeitura informa que os "critérios são técnicos e as decisões tomadas em conjunto após reuniões que têm ocorrido de maneira frequente e permanente, envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde, Semadur, Procuradoria-Geral do Município, Seges, Segov, Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social, Ministério Público, Defensoria Pública, CDL, Associação Comercial e outras entidades".

Conforme noticiado pelo Campo Grande News, o retorno às aulas de educação infantil tem previsão para 21 de setembro, seguindo uma série de medidas de biossegurança para prevenir a covid. Efeitos do recente arrefecimento das restrições, sob justificativa de que números da pandemia vêm caindo em Campo Grande, só poderão ser notados depois de 14 dias - período de aparecimento dos sintomas e detecção por teste laboratorial ou clínico.

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