Capital

Hipermercado abre processo interno para apurar violência contra cliente

Luciana Brazil e Graziela Rezende | 16/08/2013 12:58
Rapaz reclama de preconceito e mercado diz que abriu processo interno para apurar o caso. (Foto:Graziela Rezende)
Rapaz reclama de preconceito e mercado diz que abriu processo interno para apurar o caso. (Foto:Graziela Rezende)

O Hipermercado Extra informou que abriu processo interno para averiguar os atos de violência cometidos contra um jovem de jovem de 26 anos, espancado e acusado de furto por seguranças da empresa, na manhã de hoje (16), na unidade da rua Maracaju, em Campo Grande.

A rede disse, por meio da assessoria de imprensa, repudiar qualquer ato de violência ou discriminatório e alegou que “suas ações são sempre pautadas no respeito à integridade e promove contínuo treinamento dos seus colaboradores para o cumprimento das leis e do Código de Ética do grupo”.

Mesmo apresentando nota fiscal, o jovem foi acusado de furto e contou que levou empurrões e socos sem motivo algum. “Eu comprei uma bolacha, no valor de R$ 1,89 e saí da loja. No pátio fui perseguido por dois seguranças. Um deles, de nome Peterson, me acusou de furto e mostrei a nota, dizendo que era consumidor. Mesmo assim, ele desferiu um soco na testa e foi me empurrando e chutando para a rua”, comenta o tapeceiro Paulo Henrique Leiva Ferreira, 26 anos.

Sujo por conta do trabalho, ele diz que os funcionários tiveram preconceito por causa de sua roupa e pelo fato de ser negro. “Não tem outra explicação para isso. Meu pai todos os dias frequenta a loja para comprar pão, ele tem o cartão daqui. E os seguranças já olham feio pra gente, tem bronca mesmo”, comenta Ferreira.

O rapaz ficou indignado com a ação dos seguranças e ligou para o pai, que esteve no local. 

No caixa, a atendente Maria Fátima Gonçalves, 38 anos, confirmou a ação dos seguranças. “Meu horário de entrada é às 7h e, exatamente às 7h49, conforme a nota fiscal, ele pagou pela bolacha. Estou aqui há apenas seis meses e posso estar correndo risco, mas não concordo com a atitude dos seguranças”.

Além da atendente, a vítima e o seu pai tiveram o apoio de várias testemunhas, que confirmaram o crime. A vítima permanece com marcas na testa e na boca. “Nós vamos daqui direto para a delegacia. Quero registrar queixa e que eles sejam punidos por isso”, garante o pai de Paulo Henrique.

A Polícia Militar esteve no local, mas apenas orientou a vítima a prestar queixa na delegacia.

 

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