Capital

Guarda retira famílias que invadiram nova área destinada à favela

Renan Nucci e Filipe Prado | 04/12/2014 08:46
Guarda Municipal esteve no local para acompanhar a saída das famílias. (Foto: Marcos Ermínio)
Guarda Municipal esteve no local para acompanhar a saída das famílias. (Foto: Marcos Ermínio)
O reciclador Júlio de Oliveira diz que famílias não têm para onde ir. (Foto: Marcos Ermínio)

Durou pouco a invasão de uma área localizada no Conjunto Leon Denizart Conte, região do Jardim Noroeste, e que foi destinada aos moradores da Favela da Cidade de Deus. Na noite de ontem (03), a Guarda Municipal de Campo Grande esteve no local para retirar as cerca de 120 famílias que começaram a chegar na segunda-feira (01), na expectativa de que fossem beneficiadas por algum projeto habitacional.

Segundo o reciclador Júlio de Oliveira, 53 anos, os guardas fizeram ameaças e derrubaram barracos. Ele conta que as famílias, assustadas, deixaram o local rapidamente, porém, algumas ainda permanecem por lá. Uma mulher chegou a correr com os filhos em um carrinho de reciclagem. “A maioria não têm para onde ir”, disse Júlio. Desabrigado, ele está na rua com seus poucos pertences.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, aproximadamente 50 guardas chegaram ao local por volta das 22h. Ao notar a presença da corporação, os invasores deixaram o loteamento por conta própria, sem a necessidade do uso de força. Equipes da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Emha (Agência Municipal de Habitação) fazem a limpeza do local.

Impasse - As famílias que moram na favela Cidade de Deus, localizada aos fundos do Bairro Dom Antônio Barbosa, são contra a transferência para o Jardim Noroeste. Um dos motivos é que a nova moradia fica longe do local de trabalho da maior parte dos moradores, ou seja, o aterro sanitário, popularmente conhecido como "lixão".

Outro fator posto em evidência é que os habitantes do Leon Denizart Conte não querem a transferência dos ocupantes da Cidade de Deus para o bairro, alegando haver falta de estrutura. Além disso, no bairro já existem cerca de 200 famílias acampadas. Além de todos os entraves mencionados, também existe o fato de que o novo terreno tem capacidade para abrigar apenas 200 das 450 famílias que vivem na Cidade de Deus.

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