Capital

Grupo reúne pacientes de hanseníase em busca de qualidade de vida

Paula Vitorino e Mariana Lopes | 25/01/2013 11:04
Dona Maria é uma das integrantes do grupo. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Dona Maria é uma das integrantes do grupo. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Com mais de 50 pacientes notificados com hanseníase nos cinco anos de atendimento, a administração da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Tarumã decidiu formar um grupo para melhorar a qualidade de vida e atendimento dos pacientes.

A primeira reunião aconteceu hoje, com 15 pacientes. “Queremos a participação de todos os pacientes”, diz a gerente da UBS, Raquel Linsmeyer.

O grupo conta com o Núcleo de Apoio à Saúde e Família (NASF), que oferece profissionais específicos: fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudióloga, farmacêutico e psicólogo.

Raquel ressalta que além de oferecer assistência à saúde, o objetivo do grupo é mostrar aos pacientes que eles não estão sozinhos. “A maioria acha que só ele sofre com a doença. O grupo é para mostrar que tem mais pessoas que sofrem com isso”, diz.

As reuniões serão mensais e a próxima já tem data: 22 de fevereiro. A paciente Maria das Graças dos Santos Barbosa, de 53 anos, gostou da ideia e já aderiu ao grupo.

“Gostei da proposta. Fazia tratamento lá no São Julião e gostava porque as pessoas não são discriminadas e aqui (na UBS) senti a mesma coisa no grupo”, diz.

Ela faz questão de destacar que vive uma vida normal e é feliz, mas que ainda existem pessoas com preconceito. “Às vezes as pessoas quando sabem que tenho a doença saem de perto. Ainda sinto muito preconceito por parte das pessoas e isso atrapalha até o psicológico”, diz.

A paciente esclarece que não tem mais o vírus, apenas as sequelas. Ela foi diagnosticada com hanseníase no nervo pela primeira vez em 1998 e fez tratamento por seis meses. Em 2011, a doença voltou com sequelas e ela teve de voltar ao tratamento.

A hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas pode variar de 2 a até mais de 10 anos.

A transmissão se dá por meio das vias respiratórias de uma pessoa com a doença e que não está em tratamento. Depois de iniciado o tratamento, não existe mais a transmissão.

Os principais sinais e sintomas são: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo e áreas da pele que não coçam, mas tem formigamento e dormência, com diminuição ou ausência de sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque.

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