Capital

Grupo de direitos humanos cobra discussão sobre destino de famílias

TJ deu liminar suspendendo reintegração de posse envolvendo em torno de 400 famílias

Bianca Bianchi | 10/03/2016 17:52
Maioria das família permanece na favela Cidade de Deus, próximo ao lixão (Foto: Marcos Ermínio)
Maioria das família permanece na favela Cidade de Deus, próximo ao lixão (Foto: Marcos Ermínio)

Após decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) suspender a remoção de famílias da favela Cidade de Deus, nas proximidades do lixão de Campo Grande, integrantes da Comissão de Justiça e Paz, formada por instituições ligadas aos direitos humanos, querem uma resposta do município sobre o futuro dessas famílias.

A liminar foi concedida na tarde desta quinta-feira (10) pelo desembargador Paulo Alberto de Oliveira.

De acordo com a defensora pública Olga Lemos Cardoso, ainda nesta sexta-feira (11) uma petição será encaminhada à Prefeitura pedindo uma audiencia pública para discutir o destino das famílias, principalmente das que já foram deslocadas para o bairro Vespasiano Martins.

A decisão foi divulgada durante coletiva de imprensa realizada na sede do Instituto Veredas da Fé, no bairro Jardim São Bento, em Campo Grande. A instituição é uma dos integrantes da Comissão de Justiça e Paz, junto com o CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, entre outras.

"O poder público não poderia retirá-los de um local, onde já estão acomodados, e levá-los para outro sem nenhuma estrutura. Agindo desse jeito, a pefeitura está destruindo uma favela e construindo outra", afirmou a defensora.

A remoção começou na segunda-feira (7). Cerca de 30 de um total de 390 famílias já estão no novo local.

Procurada pelo Campo Grande News, a Prefeitura Municipal, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que só poderá se manifestar após conversar com a Procuradoria-Geral do Município. O procurador-geral, Denir Nantes, foi procurado por telefone, nesta tarde, para falar sobre o assunto, mas não atendeu as ligações.

Coletiva de imprensa reuniu líderes comunitários e representantes das instituições ligadas aos direitos humanos (Foto: Alan Nantes)
Defensora pública, Olga Lemos Cardoso (Foto: Alan Nantes)
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