Capital

Greve nos bancos prejudica desde simples serviços até grandes transações

Paula Vitorino | 28/09/2011 12:28

Caixa eletrônico resolve para alguns clientes, mas outros precisam do atendimento interno, com urgência

Segundo dia de greve nos bancos prejudica atendimentos. (Foto: Simão Nogueira)
Segundo dia de greve nos bancos prejudica atendimentos. (Foto: Simão Nogueira)

Para quem precisa utilizar algum dos serviços bancários nesta quarta-feira (28) a greve, apesar de estar no segundo dia, parece já durar uma eternidade. Desde serviços simples, como a retirada de um cartão, até transferências com alto valor e de caráter emergencial, exigem uma verdadeira peregrinação, que ainda corre o risco de terminar sem solução.

Segundo boletim do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, das 90 agências bancárias da capital, 69 fecharam as portas ontem e devem permanecer sem atendimento ao público hoje.

Os bancários reivindicam 12,8% de reajuste salarial, sendo que em contrapartida a Fenaban ofereceu 8% de aumento. A greve segue sem data para terminar.

O cliente do Banco do Brasil há mais de 30 anos, Leonardo, de 64 anos, saiu aborrecido nesta manhã da agência na rua 13 de Maio. Ele precisa transferir a quantia de R$ 70 mil para a conta do filho, na Caixa Econômica Federal, até o meio-dia de hoje.

“É questão judicial, preciso transferir essa quantia hoje e agora não consigo. O que vou fazer? É um absurdo isso. Se tem greve, pelo menos um caixa do banco teria que estar funcionando, nem a fila fosse enorme”, reclama.

A transferência de alto valor só ser feita na boca do caixa. Na agência, ele foi orientado por uma das funcionárias a procurar o gerente de sua conta para tentar uma solução. Essa é a recomendação para casos como o de Leonardo, quando o serviço não pode ser realizado nos caixas eletrônicos.

A reportagem apurou que o atendimento está sendo feito normalmente em algumas agências, como a do BB na rua Maracaju, mas o funcionamento nos poucos pontos de atendimento fica sobrecarregado, devido ao volume de clientes. Por isso, muitas agências optam por não abrir com o atendimento parcial.

No caso da auxiliar de serviços gerais, Claudia dos Santos, de 34 anos, o valor a ser sacado é pequeno, R$ 400, mas o transtorno é igual. “O que é R$ 400 pra um banco desse tamanho. Agora eu vou ter que esperar a greve ou ir até São Paulo pegar outro cartão, daqui 20 dias”, lamenta.

O dinheiro é do acerto de contas do antigo serviço. Ela não consegue sacar o valor no caixa eletrônico porque a filha bebê mordeu o cartão e agora só consegue ter acesso ao dinheiro na boca do caixa ou com a segunda via do cartão. O problema é que a via demora 20 dias e tem que ser retirado em SP, porque sua conta de origem é na Capital paulista.

Já para quem não tem urgência em algum serviço bancário, o atendimento nos caixas eletrônicos faz com que a greve não prejudique o dia a dia. A aposentada Eliete Francisca de Oliveira, de 60 anos, diz que “só se demorar muito é que vai prejudicar”.

Por enquanto ela consegue sacar a aposentadoria e pagar as contas pelo caixa eletrônico. No entanto, ela já vê reflexos da greve entre pessoas próximas. A filha não consegue pegar a 2ª via do cartão, que precisa ser retirada na agência.

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