Capital

Greve dos Correios e bancos gera transtorno e deixa clientes sem opção

Elverson Cardozo | 26/09/2012 18:13
Funcionários dos Correios passaram a tarde descansando. (Foto: Pedro Peralta)
Funcionários dos Correios passaram a tarde descansando. (Foto: Pedro Peralta)
E as agências bancárias continuam com as portas fechadas. (Foto: Pedro Peralta)

A paralisação dos Correios ocorre na mesma época que a greve dos bancários e a situação já causa transtornos em Campo Grande. As alternativas diminuíram e a “dor de cabeça” aumentou.

Quem necessita de serviços simples como o pagamento de boletos, por exemplo, está praticamente sem saída. Ou resolve a situação nos caixas eletrônicos ou se arma de paciência para procurar agências de Correios, que estão operando com efetivo reduzido em todo o Brasil.

Ainda há opções como a internet, serviços de celular, telefone, além dos correspondentes bancários: lotéricas, supermercados e outros estabelecimentos comerciais, que, diante dos bancos e Correios fechados, ficam com filas maiores.

O problema é quando a situação passeia pela burocracia e depende do trabalho de funcionários para ser resolvida. O empresário Patrick Lopes, de 32 anos, deixou de pagar uma conta porque o valor ultrapassa o limite permitido em transações realizadas no caixa eletrônico.

Pelo mesmo motivo, não conseguiu realizar depósito. “Isso eu acho um absurdo, está prejudicando muita gente. A gente depende dos bancos”, lamentou.

Para a servidora pública Rosalia Martins, de 38 anos, a greve dos Correios deixou a população “na mão” porque veio junto com a dos bancos. Acabou diminuindo ainda mais as alternativas, destacou.

"Os Correios eram uma alternativa para quem usava o banco", comenta a servidora pública Rosalia Martins. (Foto: Pedro Peralta)

Jorcelino Barbosa Arantes, de 36 anos, sabe o que isso significa. Precisa abrir conta-salário para começar no novo serviço, mas perdeu viagem ao procurar uma agência do Itaú na região central da cidade na tarde desta quarta-feira (26).

É a única coisa que falta para voltar a trabalhar após 2 meses desempregado. Mas, mesmo prejudicado, Jorcelino defende os trabalhadores. “Isso aí é um transtorno para nós, mas eles têm que correr atrás dos objetivos deles”, disse.

Patrick Lopes também não é contra. Só não acha certo que as paralisações afetem os serviços oferecidos aos clientes. “O certo seria entrar em greve, mas liberar os caixas eletrônicos para qualquer tipo de pagamento”, sugeriu.

Correios – Secretário geral do Sintect-MS (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares de Mato Grosso do Sul), Alexandre Takashi, de 30 anos, explicou que a greve é por tempo indeterminado, até que as reivindicações da classe sejam atendidas ou um acordo seja firmado.

Mas nenhum serviço foi totalmente interrompido, isso porque as agências estão operando com 40% do efeito total, explicou. O que pode haver é lentidão e atraso na entrega de correspondências, boletos, sedex ou sedex 10, por exemplo. “Mas os serviços estão garantidos”, disse.

Mato Grosso do Sul aderiu à paralisação nacional – que começou no dia 11 – nesta terça-feira (25). Os trabalhadores reivindicam reajuste de 43,7%, aumento linear de R$ 200 e piso salarial de R$ 2,5 mil.

Desempregado há 2 meses, Jorcelino Barbosa não conseguiu abrir conta-salário para começar no novo emprego. (Foto: Pedro Peralta)

A empresa oferece reajuste de 5,2%, mas não concorda com o aumento linear de R$ 80 oferecido pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho). A audiência de conciliação, entre os Correios e o sindicato, está marcada para amanhã (27).

Segundo o Sintect, há 1,5 mil funcionários da empresa trabalhando em Mato Grosso do Sul.

Bancos - A greve dos bancários completou uma semana na segunda-feira (24), com mais de 150 agências fechadas no Estado. A paralisação, segundo o sindicato da categoria, atinge 20 municípios.

A greve nacional foi deflagrada no dia 18, depois que os bancários rejeitaram o aumento de 6% oferecido pelos empresários, o que representaria um aumento real de 0,58%. Os trabalhadores pedem um reajuste de 10,25%, com aumento de 5%.

De acordo com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), Mato Grosso do Sul tem 282 agências e 679 postos de atendimento bancários.

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