Capital

Governo busca apoio privado para manter ou reformar espaços culturais

Flávia Lima | 31/12/2015 08:37
Centro Cultural José Octávio Guizzo também terá projeto para revitalização. Teatro Aracy Balabanian, que funciona no espaço, terá R$ 150 mil para reparos. (Foto:Marcos Ermínio)
Centro Cultural José Octávio Guizzo também terá projeto para revitalização. Teatro Aracy Balabanian, que funciona no espaço, terá R$ 150 mil para reparos. (Foto:Marcos Ermínio)

A falta de manutenção e reformas não ocasionou a deterioração apenas na Casa do Artesão, localizada na região central de Campo Grande, que está parcialmente interditada devido a problemas na estrutura do teto, ocorridos devido as chuvas da semana passada. Assim como o prédio histórico, datado de 1918, outros espaços culturais da Capital, como o Palácio Popular da Cultura, Concha Acústica, teatro Aracy Balabanian e Centro Cultural José Octávio Guizzo também necessitam de reparos emergenciais, já que não passam por reformas consistentes há quase dez anos. 

Segundo o secretário estadual de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, o cenário de abandono desses locais tem sido motivo de preocupação, tanto que ele vem buscando uma parceria público-privada para garantir, ao menos, a manutenção dos prédios.

Nery foi à Casa do Artesão na manhã de terça-feira (29). Na ocasião, ressaltou que esteve em Cuiabá (MT) para conhecer o projeto estabelecido entre o Sesc (Serviço Social do Comércio) e a Casa do Artesão da capital mato-grossense e que vem garantindo a preservação do espaço.

A ideia é desenvolver um projeto semelhante nos principais espaços culturais da Capital, mantidos pelo governo do Estado. Para a manutenção da Casa do Artesão, por exemplo, o secretário acredita que o valor a ser desembolsado mensalmente para os gastos pode chegar a R$ 10 mil.

Como o prédio abrigou a primeira agência do Banco do Brasil em Campo Grande, a secretária-adjunta de Cultura de Mato Grosso do Sul, Andrea Freire, disse que a ideia é também conversar com a superintendência do banco na tentativa de buscar apoio para manter o prédio. 

Levantamento - Segundo ela, outro espaço que conta com um projeto de revitalização em fase concepção é o do Centro Cultural José Octávio Guizzo, onde funciona o teatro Aracy Balabanian, e que deve ser viabilizado também por meio de emenda parlamentar. Andrea calcula que seria necessário R$ 1 milhão para a reforma total, que abrangeria toda a hidráulica, parte elétrica, troca de ar-condicionado e sistemas de luz e som.

Enquanto o projeto é desenvolvido, o governo do Estado já garantiu uma verba emergencial de R$ 150 mil para realizar reparos apenas no teatro. "Vimos o potencial desse espaço de receber espetáculos populares com a peça trazida pela atriz Letícia Sabatella, agora, no fim do ano. É importante modernizar o espaço para atrair mais produções e também oferecer mais conforto ao público", destaca Andrea.

Quanto ao Palácio Popular da Cultura, localizado no Parque dos Poderes, o projeto seria mais ambicioso e não sairia por menos de R$ 3 milhões. Porém, sem recursos, a solução, no momento, é buscar ajuda na iniciativa privada para a manutenção.

Athayde Nery ressalta que a secretaria passou o ano realizando levantamento dos pontos mais críticos de todos os espaços culturais e que deve sentar em breve com o o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), para definir valores e prioridades das obras emergenciais.

No Palácio Popular foi observada a necessidade de troca das poltronas e do ar-condicionado que, segundo o secretário, é o maior responsável pelo consumo de energia. "A conta de luz lá é altíssima, mas já estamos providenciando um projeto elétrico junto à Energisa para resolver a questão, além da troca dos equipamentos que deve ocorrer logo que tivermos os recursos", explica.

A troca do carpete e a reformulação do espaço interno da sala, viabilizando acessibilidade também devem entrar na reformulação emergencial.

Quanto a Concha Acústica, a secretária-adjunta Andrea Freire destaca que a urgência é a troca de piso e reformas no sistema hidráulico. Segundo ela, os reparos são urgentes porque em 2016 o governo do Estado irá retomar o projeto "Som da Concha", sempre no segundo e quarto domingo do mês.

Uma das soluções para agilizar a manutenção desses espaços é repassar parte dos valores arrecadados, por exemplo, em um espetáculo, já de imediato para a manutenção ao invés de direcionar para a Secretaria de Cultura, que retornaria para a administração do espaço.

"É uma questão burocrática, de gerenciamento. Com parte da verba ficando direto no teatro ou na Casa do Artesão, é possível dar agilidade a essa manutenção. Vamos batalhar pelas parcerias privadas porque são espaços considerados patrimônios públicos, que pertencem a todos. Queremos criar um novo olhar para a Cultura do Estado", finaliza Andrea.      

Casa do Artesão, que teve parte do teto comprometido devido as chuvas, espera liberação de verbas em decorrência de emenda parlamentar. (Foto:Fernando Antunes)
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