Garotos depõem sobre rotina no Clube Taveirópolis, investigado por maus-tratos

Acompanhados de dois adultos, um homem e uma mulher, pelo menos cinco adolescentes estão sendo ouvidos na tarde desta quarta-feira (6), na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que investiga o Taveirópolis, clube de futebol de Campo Grande, por maus-tratos. Denúncia feita à Polícia Civil é de que os atletas treinam com fome.

Na delegacia, ninguém quis falar com o Campo Grande News. O homem que chegou com os meninos também não se identificou. “Não tenho nada para falar não”, disse à reportagem. 

Os depoimentos coletados pelo método chamado escuta especial – na presença de psicólogo, por exemplo – por se tratarem de adolescentes, devem levar a tarde toda.

Em apuração - Ainda conforme a denúncia feita no fim de setembro à Depca, 33 jogadores, com idades entre 16 e 20 anos, estariam passando necessidades no centro de treinamento do clube, localizado na região do Bairro Estrela do Sul. 

Além disso, há 3 meses, os garotos não recebem os salários. Diante dessas situações, 14 atletas já voltaram para casa, em Goiânia (GO), no dia 28 de setembro, mesmo dia que a equipe da delegacia esteve nos alojamentos e só encontrou 7 atletas. 

Apesar da denúncia, à polícia, os meninos entrevistados naquele dia não confirmaram que estavam passando fome, mas relataram ocasiões em que faltava carne ou não havia comida suficiente. Conforme os meninos do sub-20, em uma das situações, o time se alimentou apenas de fruta e com um pão e meio antes de uma partida. “Tinha comida, mas não fartura para um atleta”, explicou a delegada Fernanda Félix, titular da Depca e responsável pela apuração, no dia da “batida” no clube.

Por duas vezes, o Campo Grande News tentou ouvir o dirigente do Taveirópolis, Marcelo Cesar de Freitas Pereira, mas ele não quis dar entrevista.