Capital

Gambiarra gera acúmulo de água e medo da dengue no Jardim Noroeste

Gabriel Neris e Viviane Oliveira | 30/01/2013 15:49
Água e mato tomaram conta de rua no Jardim Noroeste, em Campo Grande (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Água e mato tomaram conta de rua no Jardim Noroeste, em Campo Grande (Fotos: Rodrigo Pazinato)

A gambiarra que leva água a moradores de uma área de comodato no Jardim Noroeste, em Campo Grande, tem deixado moradores em pânico pela sujeira e pelos focos do mosquito da dengue. O trecho da rua Esmeralda Maluf que passa pelas ruas do Bananal, Atibaia e Senador Vergueiro está bloqueado e não há condições para o tráfego de veículos e pessoas.

O “pântano”, como foi classificado pelos vizinhos, acabou sendo formado depois que mangueiras foram puxadas para levar água aos moradores. As larvas do mosquito da dengue Aedes Aegypt são visíveis e causam temor com a epidemia que toma conta de Campo Grande. Já foram registrados 15.515 casos de dengue.

A dona de casa Maria Helena Pereira dos Santos, de 43 anos, mora há pouco mais de dois anos na região. De casa própria e água encanada, a maior reclamação da moradora é que outras pessoas sofrem com a situação. O caminhão de coleta não passa mais na rua e o jeito é levar o lixo para outro local onde possa ser recolhido. “Carro que tenta passar ali fica atolado”.

“Acaba ficando caro para a gente que paga imposto. A gente precisa urgente de uma mudança nesse lugar. Nós estamos morando ao lado do foco da dengue. Quem paga a água merece um pouco de qualidade de vida. É o que nós não temos aqui”, desabafa.

Maria Eliodora de Lima Egídio, de 56 anos, é proprietária de um barzinho na esquina da casa onde mora na rua Bananal, na área de comodato. O local também é totalmente bloqueado. Ela confessa que utiliza a gambiarra de água e energia, como outras 300 famílias, há dois anos e que o sistema já existe desde quando chegou.

A mangueira que chega a casa dela leva água suficiente para ingerir, lavar roupa e tomar banho. “Aqui a nossa situação é precária”, diz. Maria Eliodora afirma que o principal problema são as pessoas não cuidarem de cada mangueira. “A mangueira está estourada e enquanto não acabar a água, a pessoa não arruma. Cada um deveria cuidar da sua mangueira”.

Água vaza de mangueira e acumulada se torna foco do mosquito da dengue
Larvas do mosquido Aedes Aegypt podem ser vistas facilmente na água empossada

Quem também vive na mesma situação é a dona de casa Janete Góes de Oliveira, de 48 anos. São cinco anos morando na área de comodato. Ela diz que já pediu água encanada, mas o serviço só poderá ser instalado com a regularização da Prefeitura. A dona de casa conta que foi vítima do mosquito Aedes Aegypt e se recupera de dengue hemorrágica.

Em fase de recuperação, Janete se preocupa com a saúde dos netos de seis, quatro e um ano de idade. “Nós precisamos de ajuda para limpar esse lugar. E arrumar um jeito para que tenhamos água encanada. Não importamos pagar, o que queremos é viver melhor”, diz.

A assessoria de imprensa da Águas Guariroba, responsável pelo abastecimento de água na Capital, informou que é de interesse da empresa fazer a regularização do local, principalmente, pelo prejuízo com o desperdício de água.

Entretanto sem a documentação necessária dos moradores comprovando a responsabilidade pelo local não há como fazer a ligação.

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