Capital

“Foi covarde”, afirma tia de Karolzinha sobre mulher suspeita de matar sobrinha

"Agiu de caso pensado. Matou minha sobrinha e esperou passar o flagrante para se apresentar", protesta porta-voz da família

Anahi Zurutuza e Bruna Marques | 03/09/2020 11:39
Mãe e tia vestem camisetas em homenagem à Karolzinha (Foto: Henrique Kawaminami)
Mãe e tia vestem camisetas em homenagem à Karolzinha (Foto: Henrique Kawaminami)

Assim que souberam que Nayara Francine Nóbrega, a principal suspeita de matar Karolzinha, se apresentou para a Polícia Civil, mãe e tia da vítima correram para a 5ª DP (Delegacia de Polícia). Elas querem saber “tim tim” por “tim tim” o que a moça alegará para o delegado Gustavo de Oliveira Bueno Vieira.

“A gente quer justiça, porque ela agiu de caso pensado. Matou minha sobrinha, esperou passar o flagrante, contratou advogado e veio se apresentar”, afirmou Valquiria Lima, de 28 anos. A mãe preferiu não falar.

Porta-voz da família de Carolina Leandro Souto, assassinada aos 23 anos, a tia afirma que o crime não teve motivação passional e que a jovem vítima também não tinha envolvimento com facções criminosas, “como estão dizendo por aí”. 

A briga entre Nayara e Karolzinha teria acontecido por causa de um empurrão em uma festa no domingo à noite. Suspeita e vítima moram na mesma rua, no Bairro Aero Rancho, mas não eram amigas e nem inimigas, diz a tia. 

“Agiu de forma covarde, porque sabia que minha sobrinha estava desarmada e não teve como se defender”, protestou Valquiria.

A tia diz que a sobrinha era ótima mãe, cuidava sozinha dos dois meninos de 2 e 3 anos. “Será sempre 3”, não se cansava de dizer Karolzinha, sobre ela e os filhos, relata a familiar. De muitos amigos, a sobrinha era baladeira, “como toda jovem”, também lembra a tia.

Mãe e tia vestem camisetas em homenagem à vítima. "A sua ausência nos causa profunda tristeza, mas ao lembrar as alegrias que você gerou entre nós, é como se você aqui estivesse presente", diz a frase estampada na roupa.

Nayara entrando na sala de delegado para prestar depoimento (Foto: Henrique Kawaminami)

Apresentação – Nayara Francine Nóbrega, de 22 anos, chegou à 5ª Delegacia de Polícia Civil por volta das 9h30 desta quinta-feira (3), acompanhada por um advogado. Ela não quis falar com a imprensa.

Carolina foi morta com quatro tiros no fim da manhã de segunda-feira (31), quando estava sentada com as amigas em frente da casa onde vivia, na Rua Independente, no Jardim Aero Rancho, próximo a um campo de futebol. 

Ela chegou a ser socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu. 

Para a polícia, vizinhos disseram que Nayara era a atiradora.  "Trabalhamos com várias linhas de investigação e uma delas é o crime passional. Estamos coletando todas as informações possíveis para saber o que tem por trás desse crime, a motivação e se tem mais alguém envolvido", disse o delegado Gustavo de Oliveira em entrevista nesta semana.

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