Capital

Fisioterapeuta suspeito de estuprar garoto em hipermercado está em liberdade

Os advogados do suspeito classificaram a prisão como um “erro gravíssimo”.

Adriano Fernandes | 11/03/2018 18:51
Delegada Marília de Brito Martins, responsável pelas investigações sobre o caso. (Foto: Paulo Francis)
Delegada Marília de Brito Martins, responsável pelas investigações sobre o caso. (Foto: Paulo Francis)

O fisioterapeuta de 39 anos, suspeito de ter estuprado um adolescente de 13 anos no banheiro de um hipermercado da avenida Mato Grosso, no bairro Santo Fé em Campo Grande, está em liberdade. Ele havia sido preso no último dia 27, depois que imagens das câmeras de segurança indicaram a versão do garoto, que acionou a família logo após o abuso sexual.

O crime, segundo as investigações, ocorreu no dia 9 de fevereiro, por volta do meio-dia. Em nota à imprensa, os advogados do investigado, identificado apenas como J.L.P.J, informaram que a soltura do fisioterapeuta, ocorreu depois que não só a defesa quanto o próprio juiz que decretou a prisão preventiva, entenderam que no período em que o garoto e o suspeito estavam no banheiro, haviam também mais setes pessoas.

“Sendo que o período em que lá esteve JLPJ tornou impossível a participação do mesmo no crime, se é que algum crime efetivamente ocorreu no interior do banheiro”, diz o documento. Na nota assinada pelos advogados Carlos Marques e Murilo Medeiro Marques, os profissionais ainda classificaram a prisão preventiva como um erro gravíssimo. “Por força dessa constatação, (de que haviam mais pessoas no banheiro, na hora do abuso) verificou-se o gravíssimo erro cometido contra o cidadão JLPJ”, acrescenta.

“E as investigações prosseguem agora, no âmbito da Delegacia de Polícia, para que a delegada investigue adequadamente os fatos e explique os motivos pela qual indicou JLPJ como o autor do suposto crime, requerendo inclusive a sua prisão preventiva, sem que tenha investigado os demais participantes da cena do suposto crime”, completa.

Ainda conforme os advogados, no dia do abuso o fisioterapeuta estava no mercado com a esposa e filha de 09 anos, para comprar almoço e pagar uma conta na lotérica. E “nada mais que isso”.
“Verifica-se, portanto, a gravidade da indicação do mesmo como autor do suposto crime, sem o menor indício ou circunstância. Um erro grave que está custando caro demais para a vida do cidadão JLPJ”, conclui.

O abuso – Além da prisão, no último 27 de fevereiro, investigadores da DPCA (Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente) cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do suspeito, localizada no Octávio Pécora. 

À polícia, a vítima contou que estava no mercado com um grupo de estudantes. Eles almoçaram no local e estavam voltando para a escola de período integral próxima ao mercado, quando o adolescente informou que iria ao banheiro enquanto o restante do grupo seguiu o trajeto.

No banheiro, segundo as apurações, o menino usava o mictório quando o fisioterapeuta apareceu e ficou olhando para ele. Estranhando o comportamento do homem, imediatamente o menino entrou para o box quando foi agarrado e houve o abuso sexual.

De acordo com a delegada Marília de Brito Martins, o agressor saiu do banheiro enquanto o menino ficou em estado de choque. Um tempo depois também deixou o banheiro e entrou em contato com um familiar, que avisou a mãe do menino sobre o ocorrido. As imagens das câmeras de segurança confirmaram a versão do garoto.

O boletim de ocorrência foi feito no mesmo dia do crime. O menino foi ouvido pelo setor psicossocial da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), descreveu as características do suspeito e relatou que nunca o tinha visto. A equipe de investigação retornou ao estabelecimento comercial e solicitou as imagens do circuito interno de segurança.

O fisioterapeuta foi identificado e o adolescente levado novamente para a delegacia para reconhecimento por foto. Segundo a delegada, o menino ficou abalado assim que viu anexada ao álbum da DEPCA. A polícia pediu a prisão preventiva do rapaz e também um mandado de busca e apreensão, que foram cumpridos, no mesmo dia da prisão.

Celulares e equipamentos eletrônicos foram apreendidos para investigar se há conteúdos pornográficos envolvendo menores de idade. A delegada informou que inicialmente nada foi encontrado nos arquivos, mas os aparelhos serão encaminhados para a perícia.O rapaz é casado e não tem passagem pela polícia.

Ele nega que tenha cometido o crime. Ainda no dia da prisão, o adolescente retornou à DEPCA e fez o reconhecimento pessoal, apontando novamente o fisioterapeuta como autor do abuso. O rapaz está sendo indiciado por estupro de vulnerável. Em caso de condenação, pode pegar de 8 a 15 anos de prisão.Ele foi ouvido na presença dos advogados.

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