Capital

Famílias decidem deixar área invadida, mas pedem moradias ao poder público

Alan Diógenes | 20/05/2014 20:30
Moradores foram recebidos por Batalhão de Choque e oficial de Justiça que pediu a reintegração de posse. (Foto: Cleber Gellio)
Moradores foram recebidos por Batalhão de Choque e oficial de Justiça que pediu a reintegração de posse. (Foto: Cleber Gellio)

Após reunião na noite desta terça-feira (20), as 153 famílias que receberam o ultimato da Justiça para deixar uma área invadida no bairro Parque da Lagoa, em Campo Grande, decidiram deixar o local de forma pacífica amanhã (21), mas querem que a prefeitura consiga um lugar para ficarem. Segundo os moradores, o advogado do grupo não conseguiu reverter a decisão de reintegração de posse tomada pelo juiz titular da 14ª Vara Cível da Capital, Fábio Possik Salamene.

O defensor Rhiad Abdulahad, de 24 anos, que está cuidando do caso, informou que na manhã desta quarta-feira irá a até a prefeitura da Capital, tentar conseguir uma solução para o problema. Uma delas é pedir para a gestão municipal ceder um local provisório para as famílias ficarem até conseguirem encontrar uma nova residência. Rhiad disse que já solicitou à prefeitura uma assistente social que possa acompanhar as famílias, em sua maioria, com crianças, mas até agora a profissional não foi disponibilizada.

O advogado também orientou os moradores a agirem de forma pacífica amanhã, quando os policiais do Batalhão de Choque juntamente com o oficial de Justiça Luciano Ribeiro de Souza forem fazer a reintegração de posse. Rhiad explicou ainda que na ocasião não pode haver violência, por que a culpa não é das três partes envolvidas, e sim do poder público. “Não podemos entrar em confronto, pois a culpa não é dos moradores, nem da Justiça, muito menos dos policiais. O culpado é o poder público que não disponibiliza moradias para as pessoas, que só encontram na invasão uma forma de ter um teto”, destacou.

O pedreiro Jean Pauferro, de 27 anos, que mora no local há um ano e três meses, contou que se sair do local vai ter um prejuízo de R$ 8 mil, que foram investidos na casa de alvenaria de três cômodos construída na área invadida. Por causa da ordem de despejo, a esposa dele o deixou e foi embora para casa de parentes com o filho do casal. “Com toda essa situação ela decidiu se separar de mim e acabou indo embora com meu filho. Estou precisando de ajuda, não quero perder o que já construí com tanto esforço aqui. Já vim para cá por que não tinha onde morar e decidi ficar por que a área era tomada por matagal, nós que limpamos tudo e tornamos isso aqui no que é hoje”, desabafou.

O terreno pertence à Imobiliária Correta e a reintegração de posse está prevista desde o começo do mês. A empresa iria disponibilizar caminhões para as famílias fazerem a mudança às 13h30 de hoje, mas os moradores disseram que a promessa não foi cumprida. Entretanto explicaram que amanhã às 7h, a empresa se prontificou em enviar os veículos para fazerem a mudança.

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