Capital

Família do professor de informática assassinado protesta em frente ao Fórum

Antonio Marques e Paula Maciulevicius | 22/06/2015 19:10
Familiares do professor de informática Bruno Soares, assassinado em março, protestam em frente ao Fórum durante a primeira audiência do caso (Foto: Fernando Antunes)
Familiares do professor de informática Bruno Soares, assassinado em março, protestam em frente ao Fórum durante a primeira audiência do caso (Foto: Fernando Antunes)

Familiares do técnico em informática Bruno Soares da Silva, de 29 anos, morto no dia 16 de março passado na escola Microcamp, onde ele trabalhava, protestaram hoje à tarde na frente do Fórum de Campo Grande, durante a primeira audiência para ouvir o acusado pelo assassinato, Francismar Câmara Cardoso, a esposa e testemunhas do crime.

Com faixas e camisetas com a foto de Bruno Soares, a família chegou ao local por volta das 15 horas e permaneceu até o final do dia. Neste período, eles pediram justiça. A tia e madrinha do rapaz assassinado, Marli Soares da Silva, 55 anos, disse que ainda estava de luto. “Não teremos o nosso Bruno de volta, mas a justiça dos homens vai amenizar a dor”, declarou.

A irmã da vítima, Fernanda Soares, 25 anos, revelou que a família estava arrasada e que ele nunca foi estuprador. “Da pra ver no Facebook, onde todos os amigos postam fotos de saudades”, comentou ela, consternada.

Para a mãe, Arlete Soares da Silva, 59 anos, ficou provado pelo delegado durante a investigação que o filho “era muito brincalhão e palhaço. O Francismar matou covardemente e não deu chance para meu Bruno”, declarou ela, emocionada, acrescentando que estaria em depressão por conta da perda do filho.

Arlete Soares disse também que, se o acusado for condenado, deve pegar apenas oito anos de reclusão. “Com três a quatro anos ele sai da prisão e nós vamos chorar o resto da vida”, afirmou, revoltada.

Crime – O assassinato aconteceu às 7h30 da manhã, no local de trabalho onde a vítima atuava como supervisor. É uma escola de tecnologia localizada na Rua Maracaju, entre a 13 de Maio e a 14 de Julho, no Centro.
O criminoso chegou tranquilamente e perguntou por Bruno à recepcionista. Ele esperou por cerca de cinco minutos, saiu e foi até o carro estacionado em frente, com placas de Belo Horizonte (MG), que segundo a Polícia foi alugado, mais um indício de crime encomendado.

Quando voltou, o assassino já encontrou a vítima em uma das salas em frente da recepção. Confirmou o nome do "alvo", tirou a arma, que parece ser uma carabina, escondida em uma manta, e atirou uma vez. Pelo tamanho da perfuração no tórax da vítima, foi utilizado grosso calibre. Conforme a perícia, a bala atingiu a axila esquerda, o que indica que Bruno ainda tentou se defender levantando o braço.

A morte não foi instantânea. O professor ainda chegou a pedir água, já caído no chão, mas morreu em seguida.

Motivo - O motivo para o crime teria sido vingança por suposto "crime contra a liberdade sexual", contra uma colega de trabalho do professor de Bruno Soares.

Em Boletim de Ocorrência, registrado no início de março, a mulher de Francismar, 31 anos, garantiu ter sido abordada por Bruno em um ponto de ônibus na Rua Maracaju e levada para um corredor abandonado onde acabou molestada. Na mesma noite, ela retornou para a escola, onde diz ter sido amparada por outras funcionárias. A mulher também afirmou em depoimento que contou a história ao diretor e pediu afastamento do emprego.

O caso teria ocorrido no dia 23 de fevereiro, mas ela só procurou a Polícia no dia 6 de março. Outros Boletins de Ocorrência contra Bruno foram registrados pelo mesmo motivo, mas o delegado preferiu não detalhar o teor.
A irmã da mulher, que terá a identificação preservada, contou que a família desconhecia o caso e suspeita que a história tenha sido escondida para evitar uma reação violenta do marido.

O esposo, identificado como Francismar Câmara, ficou sabendo no fim de semana e resolveu “acertar as contas”.

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