Capital

Falta estrutura, mas sobra vontade de mudar de vida, dizem moradores

Michel Faustino e Aline dos Santos | 09/03/2016 14:49
Paulo Sérgio ao lado da esposa, Maísa, faz reparos em barraco. (Foto: Fernando Antunes)
Paulo Sérgio ao lado da esposa, Maísa, faz reparos em barraco. (Foto: Fernando Antunes)
Bruno da Silva à sombra do barraco que pretende melhorar nos próximos dias para receber a esposa e os três filhos. (Foto: Fernando Antunes)

Moradores removidos da favela Cidade de Deus na segunda-feira (7) continuam a erguer os primeiros barracos nesta quarta-feira (9) no terreno cedido pela Prefeitura no Bairro Vespasiano Martins, em Campo Grande. Em um primeiro momento, 25 famílias começaram a se instalar na área e o sentimento é um só: "de dias melhores".

O jardineiro Paulo Sérgio dos Santos Gimenez, 27 anos, conta que a maioria dos moradores chegaram ao local ainda na tarde de ontem e iniciaram uma espécie de mutirão para levantar os barracos o mais rápido possível. 

“Ontem trabalhamos a noite inteira e isso nos salvou porque choveu hoje cedo. Graças a Deus a cobertura estava pronta e a gente conseguiu se abrigar. Hoje estamos tentando terminar de levantar o barraco”, disse.

Paulo diz que mudou para o local com a esposa, Maísa Mamed, 25 anos e os quatro filhos – de 4, 3 e 2 anos, e uma bebê de 9 meses – que estava com o casal no barraco. Os outros três estavam na creche.

A esposa de Paulo, Maísa, conta que, com a mudança, precisa caminhar aproximadamente 20 minutos para levar os filhos para a creche, o que poderia ser diferente caso o Ceinf que fica ao lado do terreno para onde as famílias foram remanejadas estivesse pronto.

Mesmo sem ter ainda uma estrutura adequada, o desempregado Bruno da Silva Santos, 26 anos, considera a mudança positiva e têm esperança de dias melhores para ele, a esposa e os três filhos.

“Aqui a gente vai se virando como pode até que as coisas melhorem, mas o importante é que agora o terreno será nosso e a gente vai poder construir e viver com dignidade”, disse.

Conforme a prefeitura de Campo Grande, o valor do lote será subsidiado, sendo que a prefeitura pagará 50% e os moradores poderão pagar o restante em até 300 vezes. O valor de cada lote não foi divulgado. Ainda conforme a prefeitura, as famílias também poderão financiar o material para construção através do banco Canindé, ligado a Funsat (Fundação Social do Trabalho).

Materiais utilizados pelos moradores para erguer os barracos ficam jogados pelo terreno. (Foto: Fernando Antunes)
Nos siga no