Capital

Falta de médico em postos superlota Pronto Socorro da Santa Casa

Fernanda Mathias e Mara Riveiros | 13/07/2016 09:45
No Pronto Socorro da Santa Casa, casos simples que poderiam ser resolvidos em unidades de saúde acabam pressionando os atendimentos. (Foto: Fernando Antunes)
No Pronto Socorro da Santa Casa, casos simples que poderiam ser resolvidos em unidades de saúde acabam pressionando os atendimentos. (Foto: Fernando Antunes)

Problema crônico, a deficiência das escalas de médicos nos postos de saúde de Campo Grande sobrecarrega a Santa Casa, que é referência em atendimento de alta e média complexidade. Na manhã desta quarta-feira (13), a situação não era diferente e a ala verde adulta apresentava uma lotação 800% em relação à capacidade e a pediátrica 107%, conforme informações da assessoria de imprensa do hospital.

Fragilizados e aflitos, pacientes que não conseguem atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) acabam seguindo para a Santa Casa, agravando este cenário. Após duas horas de espera na UPA da Vila Almeida e de receber a informação de que não havia pediatra no plantão noturno e não havia confirmação sobre a chegada do médico da escala que iniciaria às 7 horas, a dona de casa Mari Vilauba, de 37 anos, seguiu para a filha, Manuela Rafaela, de 07 anos, para a Santa Casa, onde conseguiu colocar a criança no soro em meia hora.

 

Diagnosticada com quadro de virose, a menina começou a apresentar quadro de vômito e diarréia na última noite. Mari conta que mora no bairro Nova Campo Grande e que não é a primeira ocasião em que procura atendimento no posto. “Já fui outras duas ou três vezes, esses tempos fiquei ruim e esperei a tarde inteira, umas três horas para ser atendida”.

Referência em média e alta complexidade a Santa Casa segue o protocolo de Manchester, codificada por cores, para classificação da gravidade dos casos. A diretoria do hospital tem feito apelos repetidos para que o município otimize o atendimento na saúde básica para aliviar a sobrecarga de atendimentos no local.

Na área verde adulta, a lotação chega a representar 800% da capacidade, segundo informa a Santa Casa.

Recentemente, o secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, afirmou que foi instalada uma comissão para acompanhar o cumprimento das escalas de plantão pelos médicos que atuam nas unidades de saúde. Além de promover corte de pagamentos em caso de não atendimento nas escalas previstas, a comissão também tem o papel de punir administrativamente o profissional que não seguir as escalas.

Até o fechamento desta reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não havia prestado esclarecimento especificamente quanto à situação da UPA da Vila Ameida.

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