Capital

Estudantes fecham Ceará em protesto contra aumento de mensalidades

Alan Diógenes e Juliene Katayama | 03/03/2015 19:47
Munidos de tambores e apitos acadêmicos pediram o fim do aumento de mensalidades. (Foto: Alcides Neto)
Munidos de tambores e apitos acadêmicos pediram o fim do aumento de mensalidades. (Foto: Alcides Neto)
Motoristas que trafegavam pela Ceará tiveram que descer dos veículos e esperar o protesto. (Foto: Alcides Neto)

Cerca de 300 alunos da Universidade Anhanguera Uniderp fecharam, por volta das 19h00 desta terça-feira (3), a Rua Ceará em forma de protesto. Eles são contra o aumento das mensalidades dos cursos e as novas regras do Fies (Programa de Financiamento Estudantil).

Conforme um dos organizadores do protesto, o estudante do 7º semestre de Direito, Augusto Josiel, 25 anos, neste ano houve um aumento abusivo das mensalidades na universidade. Ele contou que na quinta-feira passada (26), a reitora Leocádia Aglaé Petry Leme chegou a receber 25 alunos e disse que houve o aumento, porque foram feitas melhorias na estrutura da faculdade.

“No nosso curso tivemos um aumento de 9,6% na mensalidade. Ela alega que houve melhorias, mas nada foi reformado. Estamos aqui em frente da universidade e não procuramos o MEC (Ministério da Educação) porque o aumento é uma questão estrutural da própria faculdade”, explicou Augusto.

Os acadêmicos ganharam força no protesto ao se juntarem aos estudantes do curso de Medicina, que tiveram 12% de aumento na mensalidade. Os universitários entraram no prédio gritando palavras de ordem e com apitos. Eles irão tentar conversar mais uma vez com a reitora para resolver a situação.

Caso não tenham retorno, há promessa de um nova manifestação. “Se hoje não conseguirmos falar com ela, na quinta-feira (5) um grupo de 40 alunos irá acampar no DCA (Departamento de Controle Acadêmico), e não haverá atendimento no local”, comentou Augusto.

O bloqueio criou um engarrafamento na rua. As duas faixas da Ceará ficaram interditadas e alguns motoristas subiram em cima do canteiro central para desviar do protesto. Outros trafegaram pela contramão. Um fila de veículos de passeio, caminhões e ônibus chegou à rotatória da Ceará com a Joaquim Murtinho.

Duas viaturas da Polícia Militar compareceu ao local para manter a segurança, caso houvesse algum tumulto, mas deixaram o lugar depois de meia hora. Após, uma das avenidas mais movimentadas da cidade, ficou sem órgão de trânsito para fazer o desvio até as 20h, quando outras duas viaturas da PM e uma da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) chegou para fazer o serviço.

Uma estudante de Administração do 8º semestre, que não quis se identificar, acredita que o protesto não vai ter resultados, já que, em sua visão, a reitora não vai atender os alunos. “Para mim é melhor eles mudarem de instituição”, mencionou.

Os acadêmicos fizeram um abaixo-assinado e pretendem permanecer no local até as 20h. Esse já o terceiro protesto de estudantes do local em menos de uma semana.

Por meio de nota, a Universidade Anhanguera Uniderp informou que juntamente com representantes do setor de educação, a instituição têm mantido conversas constantes com o MEC sobre as reivindicações dos alunos. A instituição tem enviado informações constantes aos acadêmicos sobre o atual cenário por meio de comunicados. Além disso, tem recebido comissões formadas por representantes dos alunos para esclarecer todas as dúvidas referentes ao tema. 

A universidade afirmou que independente deste momento de negociação, a universidade considera que a maior prioridade nesse momento é a continuidade dos estudos e sem prejuízos para os alunos, no caso de impossibilidade de acordo com o MEC. Em compromisso com a transparência, o centro de ensini se mantém à disposição para esclarecimentos adicionais.

Motoristas subiram em cima do canteiro central para escapar do protesto. (Foto: Alcides Neto)
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