Capital

Estudante que matou advogada admite que fez "limpa" em celular

João Pedro, segundo testemunhas, foi visto falando ao telefone antes de deixar local de acidente no dia 2 de novembro

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 13/11/2017 12:30
João Pedro (de camisa listrada) chegou a passar um dia na cela da delegacia, mas foi solto dois dias depois (Foto: André Bittar)
João Pedro (de camisa listrada) chegou a passar um dia na cela da delegacia, mas foi solto dois dias depois (Foto: André Bittar)

Dados do aparelho celular iPhone do acadêmico de Medicina João Pedro da Silva Miranda, 23 anos, que matou no trânsito a advogada Carolina Albuquerque Machado, 24 anos, e feriu o filho dela de 3 anos e 8 meses, foram apagados pouco depois que ocorreu o acidente, na madrugada de quinta-feira (dia 2), na Avenida Afonso Pena, no Bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande.

Logo após a colisão, testemunhas relataram que João Pedro foi visto falando ao celular. Em seguida supostamente sob a orientação do pai deixou o local do acidente para não ser preso em flagrante. Ainda conforme testemunhas, o rapaz dirigia em alta velocidade a caminhonete Nissan Frontier e apresentava sinais de embriaguez.

Em depoimento, o estudante negou ter sido orientado a fugir pelo pai. Ele afirmou que perdeu o aparelho no momento da colisão e só não aguardou a chegada da polícia porque entrou em pânico, pois as pessoas passaram a chamá-lo de assassino. No entanto, o aparelho foi encontrado dentro da caminhonete e apreendido pela polícia.

Segundo o delegado da 3ª Delegacia de Polícia Civil, Geraldo Marim Barbosa, a situação levanta suspeita. “Apagar dados do celular e a rede social de toda a família dá a impressão que o ato foi coordenado”, explica. Por sua vez, o acadêmico justificou à polícia, que havia perdido o telefone e resolveu apagar tudo porque no aparelho continha dados pessoais.

Caminhonete que João Pedro conduzia ficou com a frente destruída (Foto: André Bitar)

O rapaz também negou que tivesse consumido bebida alcoólica. Ele Afirmou que no dia do acidente passou o dia inteiro em casa. “Nós encontramos outro celular no carro, que João Pedro não reconhece. O curioso é que a conta desse aparelho também foi desativada. Vamos encaminhá-lo à perícia para identificar o dono. Queremos saber se o celular pertence a testemunha ou alguém conhecido de João Pedro. O estudante relatou à polícia que saiu de casa para encontrar alguns amigos nos altos da Avenida Afonso Pena, mas como não encontrou ninguém retornava para o Centro. 

Acidente - Carolina voltava de um encontro com as amigas, quando teve o VW Fox que seguia atingido pela caminhonete, conduzida por João Pedro, que segundo a Polícia de Trânsito, trafegava em torno de 160 km/h e tinha como passageiro o irmão de 21 anos. Após a batida, o rapaz fugiu a pé sem prestar socorro. O filho de Carolina, de 3 anos e 8 meses, que seguia na cadeirinha no banco traseiro fraturou a clavícula. A criança já recebeu alta.

Prisão - João Pedro teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na sexta-feira (3), mas se apresentou à Polícia Civil na tarde de sábado (4). O rapaz passou o fim de semana em uma das celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. No entanto, teve o pedido de prisão revogado e na segunda-feira (6) foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 50,5 mil. Ele responde ao processo em liberdade e está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

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