Capital

Estelionatários aplicaram R$ 100 mil em golpes no comércio da Capital

Nadyenka Castro e Ricardo Campos Jr. | 14/03/2011 11:43

Polícia suspeita de mais envolvidos

Produtos comprados por golpistas usando nome de mortos. (Foto: João Garrigó)
Produtos comprados por golpistas usando nome de mortos. (Foto: João Garrigó)

Pode chegar a R$ 100 mil a soma dos golpes aplicados pelos estelionatários Elias da Silva Correa Júnior e Renato Brites, que usavam nome de mortos para fazer compras comércio de Campo Grande. A Polícia Civil suspeita que eles preparavam um golpe muito maior.

A dupla foi presa na última quinta-feira (10) após comerciantes terem desconfiado da legalidade dos cheques, depois que uma consulta apontou que o nome constava como de uma pessoa já falecida. Somente em uma loja, o prejuízo ultrapassa R$ 4 mil.

Segundo o delegado Márcio Rogério Custódio, em novembro do ano passado a dupla abriu contas em vários bancos em nome de Luís Marcondes Ramos Cipriano, falecido em 2003, no Mato Grosso.

Utilizando a mesma identidade, abriram a empresa Agroramos Locação e Transporte Ltda, a qual era apenas de fachada, conforme já comprovado pelas investigações. Até um caminhão eles adquiram para simular “vida” à firma.

Em fevereiro eles começaram a fazer compras com cheques pré-datados em diversos segmentos comerciais: de roupas à materiais de construção, passando por produtos de informática e eletrodomésticos.

Já foram identificados golpes em 11 estabelecimentos, sendo cinco no Shopping Campo Grande. Golpes que somam entre R$ 80 e R$ 100 mil, mas o valor pode ser maior a partir da data para depósito dos mesmos.

No momento da prisão, eles estavam com pneus de caminhão e um para-choque de carro de luxo comprados com os talões de cheque.

Comparsas- Os produtos adquiridos pela dupla foram encontrados em uma residência na rua Itajubá, Jardim Oracília, e também em uma chácara na Chácara das Mansões, que é da mãe de Elias.

A residência na área urbana pertence ao casal Airton Soares de Alencar e Katiane Maria Eugênio de Oliveira, os quais estão sendo procurados pela Polícia.

De acordo com Márcio Custódio, Elias e Renato dizem que o casal não tem relação com o estelionato. Mas a Polícia percebeu que a casa foi recentemente reformada e suspeita que os materiais utilizados tenham sido comprados com cheques “mortos”.

Airton já tem passagem na Polícia por estelionato e se for comprovada a participação dele nos golpes terá mais crimes para responder. Ele será indiciado por formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsificação de documento público, estelionato e uso de documento falso, assim como Elias e Renato.

Golpe maior- Conforme o delegado, a Polícia Civil suspeita que a dupla estava preparando um golpe a algum comércio e/ou até banco.

Márcio Custódio explica que foram encontrados materiais de construção deles em uma área na BR-163, saída para Cuiabá, e também documentos assinados por uma pessoa que se identifica como contador, que mostram movimentação anual de R$ 1,5 milhão da Agroramos.

Para a Polícia, as duas informações associadas levantam a suspeita que a intenção da dupla seria erguer um imóvel da Agroramos no local, que a Polícia ainda não sabe a quem pertence, e pedir empréstimos junto à instituição bancária mostrando o suposto balanço anual e a sede da empresa.

Investigações - A Polícia Civil irá investigar se a assinatura no documento é mesmo de um contador e se for, se ele também participa da quadrilha.

Será apurado também como Elias e Renato conseguiram a identidade falsa.Elias utilizava a de Luís e Renato de um homem chamado William, que ele disse ser um primo dele já falecido.

A Polícia Civil pede para que comerciantes que suspeitam terem sido vítimas procurem as delegacias com documentos que comprovem as compras para que os produtos possam ser devolvidos.

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