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Especialistas de SP vão emitir parecer sobre peixes do Aquário do Pantanal

Aline dos Santos | 18/06/2015 11:32
Peixes chegaram a galpões em novembro do ano passado. (Foto: Marcelo Calazans)
Peixes chegaram a galpões em novembro do ano passado. (Foto: Marcelo Calazans)

Analistas ambientais do Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais), órgão integrante do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e com sede em Pirassununga (SP), vieram a Campo Grande para avaliar a situação dos animais em “quarentena” para povoar o Aquário do Pantanal.

Conforme relatório da empresa Anambi, responsável pelo manejo das espécies, 83% dos peixes comprados pelo governo passado foram perdidos por conta do frio. Desde novembro de 2014, 10.160 peixes morreram.

De acordo com o coordenador do Cepta, José Augusto Senhorini, dois analistas ambientais vieram a Mato Grosso do Sul para análise de projeto técnico científico da Fundect (Fundação de Apoio e Desenvolvimento de Ensino e Ciências e Tecnologia). A fundação coordenou a captura.

Conforme a assessoria de imprensa da Semade (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), o parecer técnico deve ser entregue na próxima semana e nortear as medidas que serão adotadas pela pasta.

Enquanto a obra do Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, o Aquário do Pantanal, não termina, os peixes foram colocados em galpões na sede da PMA (Polícia Militar Ambiental), no Parque das Nações, em Campo Grande.

O MPE (Ministério Público Estadual) abriu inquérito para apurar irregularidades envolvendo o licenciamento ambiental da obra, a captura, o manejo e a guarda das diversas espécies.

A denúncia foi feita pelo oceanógrafo Hugo Gallo Neto, fundador e diretor-executivo do Aquário de Ubatuba (SP). Para ele, um projeto que deveria servir de exemplo para Brasil em termos de beleza e número de espécies do Pantanal “está virando em matadouro de peixe. Dedico uma vida para os aquários e não consigo ver isso acontecer sem me indignar”, afirmou.

O Ministério Público, em nota à imprensa divulgada na última sexta-feira, 12, declarou que se confirmada oficialmente a morte dos milhares de peixes, medidas cabíveis dentro da esfera de competência do órgão serão devidamente adotadas, inclusive para evitar a mortandade das demais espécies ainda em quarentena. A reportagem não conseguiu entrar em contato com a empresa Anambi. 

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