Capital

Entidades de Direitos Humanos repudiam ação de PM que matou dois

Zana Zaidan | 17/09/2013 20:04

O CDDH (Comitê de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos) Marçal de Souza e outras oito entidades voltadas para a manutenção dos diretos humanos em Mato Grosso do Sul repudiam a atitude do policial militar que, no último dia 11, impediu um assalto à uma casa lotérica no Conjunto Parati, em Campo Grande. Antes que a ação fosse concluída, o PM, que estava à paisana, reagiu com tiros e matou os dois homens que tentavam cometer o crime. Os disparos foram certeiros e ninguém saiu ferido.

A ação foi considerada “um desrespeito aos Direitos Humanos” e “inaceitável”, conforme carta em que foi exposta a crítica, assinada pelas nove entidades. “Matar não deve constar nos manuais de segurança pública. Que a Polícia tenha capacidade de investigar e prender, se necessário, mas que não seja autorizada a praticar gestos de execução e tortura”, comenta o coordenador-geral do CDDH, Edivaldo Cardoso, sobre a carta.

Além do episódio na lotérica, Cardoso cita as desocupações de áreas invadidas e a forma como as manifestações populares são repreendidas nas ruas, e afirma que, segundo denúncias recebidas no Comitê, a truculência dos agentes da segurança pública é frequente. “Já pensou se todo policial colocar na cabeça que para receber uma promoção é preciso matar? Essa realidade pode se agravar”, acrescenta Cardoso, referindo-se ao fato de que o PM que estava na casa lotérica foi promovido, conforme anunciou o comandante da Policia Militar, coronel Carlos Alberto Davi dos Santos.

A carta também cobra a elaboração de um Plano Estadual de Segurança Pública e, ainda segundo Cardoso, será encaminhada para o Ministério Público Estadual. “Eles precisam acompanhar de perto a postura da Polícia. Além disso, é preciso investir mais nos trabalhadores, e valorizar aquele que se arrisca todos os dias salvando vidas, ao invés de premiar o que atira antes para perguntar depois”, acrescenta o coordenador.

Assinaram a carta junto com o CDDH o Comitê Memória Verdade e Justiça/MS, Comissão Pastoral da Terra do MS, IBISS/CO (Instituto Brasileiro de Inovações Pró-sociedade Saudável do Centro Oeste), CRJP/MS (Comissão Regional de Justiça e Paz) MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra), Comissão Permanente de Direitos Humanos " Ricardo Brandão " da OAB/MS, ONG Azul e CIMI (Conselho Indigenista Missionário).

Nos siga no Google Notícias