Capital

Em vídeo, jovem que foi decapitada admite que era integrante de facção

“Meu nome é Joice Viana Amorim, tenho 22 anos, sou do Comando Vermelho”, afirma em depoimento

Geisy Garnes | 22/05/2018 10:56
Joice Viana Amorim confessou ser integrante do CV (Foto: Reprodução Vídeo)
Joice Viana Amorim confessou ser integrante do CV (Foto: Reprodução Vídeo)

Em um vídeo que circula nas redes sociais, Joice Viana Amorim - encontrada decapitada no dia 14 de maio em Campo Grande - confessa ser integrante do Comando Vermelho e afirmada ter participado de um suposto sequestro a mando dos "padrinhos" de facção.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, a gravação e uma foto da vítima logo depois da execução, passaram a ser divulgadas após o corpo de Joice ser encontrado.

Nas imagens, gravadas durante a noite, a jovem aparece sentada em uma cadeira de plástico verde, vestida com um casaco vermelho - o mesmo usado pelos criminosos para amarrar as mãos da jovem durante o assassinato. Na foto, enviada junto com o vídeo, Joice está deitada de bruço no chão, ao lado da cadeira, já decapitada.

No vídeo, de um minuto e 42 segundos, ela detalhe a participação em um suposto sequestro coordenado pela facção e aponta nomes dos “padrinhos” de crime. “Meu nome é Joice Viana Amorim, tenho 22 anos, sou do Comando Vermelho. Meus padrinhos são Ketelin Maiara, o marido dela e o Batata, o Batata é lá de Ponta Porã. A Ketelin me deu o vulgo de Moranguinho do CV, do Comando Vermelho. E me deu um outro nome também, que quando alguém perguntasse meu nome era para falar que eu me chamava Franciele”, narrou.

Aos poucos, a jovem conta que foi orientada pela “madrinha” a embebedar uma moradora do Bairro Dom Antônio, identificada por ela como Fernanda e assim facilitar o sequestro da vítima.

“Era para mim chegar na irmã de boa, conversar com ela, chamar ela para tomar uma cerveja, e quando ela ficasse bêbada era para mim ir no canto, ligar para Ketelin, falar que eu tinha conseguido embebedado a mulher, ela, a Ketelin ia ligar pros pessoal que é lá da Vila Nhanha que eles iam vir em um corsa preto, quadro porta, levar a irmã Fernanda”.

Em troca, Joice afirmou que ganharia R$ 3 mil e porções de droga para revender no bairro em que morava para poder “sobreviver”. “É isso que eu falo né mano, quem entra nessa vida tá ligado como é que é”, termina. O vídeo já foi entregue à 6ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga o caso.

Até o momento, a principal linha de investigação é de que Joice foi assassinada após ser “julgada” pelo Tribunal do Crime, em mais um demonstração da guerra entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho.

Após 10 dias desaparecida, a jovem de 22 anos foi encontrado na manhã do dia 14, em estrada vicinal que dá acesso à Avenida Wilson Paes de Barros, entre os Bairros Santa Emília e Nova Campo Grande. Familiares da vítima afirmaram à polícia que ela era usuária de drogas e traficava na região do Dom Antônio.

Joice foi encontrada decapitada com os braços amarrados para trás em uma estrada vicinal. (Foto: Saul Schramm)

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