Capital

Em uma semana, golpistas tentam enganar pacientes de 3 hospitais

Amanda Bogo | 26/10/2016 16:23
Hospital Regional, onde familiar de paciente relatou ter recebido a ligação do suposto médico (Foto: Arquivo)
Hospital Regional, onde familiar de paciente relatou ter recebido a ligação do suposto médico (Foto: Arquivo)

Em uma semana, estelionatários tentaram aplicar golpes em pacientes e funcionários de três hospitais de Campo Grande, onde supostos médicos pedem dinheiro para a realização de exames e procedimentos médicos. O último caso aconteceu nesta quarta-feira (26), no Hospital Regional.

Adriano Coelho Alaman, 39, recebeu ligação de um falso médico dizendo que, para agilizar a realização do exame médico do pai, que está internado e foi diagnosticado com leucemia, a família precisaria depositar R$ 1.200. “Estava saindo para visitar meu pai no hospital e o homem disse que era médico e que deveria depositar o dinheiro para fazer o exame para o quanto antes entrar com a medicação e que as chances de cura seriam de 70%”.

O bombeiro e técnico em enfermagem percebeu que havia algo errado pelo linguajar utilizado pelo suposto médico. “Eu sou da área e tenho contato com profissionais da saúde, então percebi que os termos utilizados não estavam certos. Estava com pressa e acabei não dando atenção para ele, mas com certeza é um golpe, e uma pessoa leiga poderia ter sido convencida”.

Ao chegar ao hospital, outros pacientes afirmaram terem recebido a mesma ligação, e um médico do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) disse a Adriano que também ouviu a história.

A SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio de sua assessoria, ressaltou que o Hospital Regional não liga para pedir dinheiro para compra de medicamentos e exames, e que vai trabalhar com as denúncias do golpe que estão sendo feitas na ouvidoria do hospital. 

Hospital do Pênfigo - A assistente social Márcia Cristina Arguelho Mendes, 37, por pouco não caiu no golpe do falso médico. Com a mãe internada no Hospital do Pênfigo, recebeu a ligação na segunda-feira (24) de um homem que se apresentou como Doutor Paulo e pediu R$ 3.9 mil para agilizar o tratamento da paciente, que estaria 100% curada e fora do CTI dentro de no máximo três dias.

“Ele detalhou tudo o que havia acontecido dentro do CTI no domingo, por isso acreditamos que era um médico. Fui ao banco e não consegui sacar o dinheiro, por isso decidi levar até o hospital para fazer o pagamento. Lá me disseram que não existia nenhum Dr. Paulo e que isso era um golpe”.

De acordo com Márcia, familiares de outros dois pacientes receberam a mesma ligação, onde o suposto homem pedia o mesmo valor. Tanto a assistente social quanto as outras vítimas vão procurar essa semana uma delegacia para registrar o boletim de ocorrência.

Em nota, o Hospital do Pênfigo declarou que não vai se manifestar sobre o ocorrido. A instituição afirmou ainda que orienta seus pacientes a realizarem o boletim de ocorrência em casos como esse e presta o atendimento necessário, portanto, já abriu sindicância para investigar o ocorrido.

Santa Casa - Na semana passada, um homem que se identificou como Dr. Paulo entrou em contato três vezes por telefone com o hospital tentando contatar os CTIS para pegar informações de pacientes, porém devido a orientação dada pela diretoria aos funcionários não conseguiram pegar dados.

A Santa Casa, que costuma fazer campanhas em suas redes sociais para alertar sobre esse tipo de golpe, ressaltou que não liga pedindo dinheiro para tratamentos de pacientes, e orienta aos familiares e pessoas próximas a nunca depositar o valor que foi solicitado.

Recomendação policial - O delegado do 1º DP (Delegacia de Policia) de Campo Grande, Fabiano Nagata, alerta que golpes como esse do falso médico são comuns, porém nenhum foi registrado até o momento na delegacia.

Ele recomenda que as vítimas mantenham a calma e não se precipitem em fazer o pagamento exigido pelos criminosos. “Eles aproveitam a situação emocional da família e fazem a articulação, e a família acaba não pensando e depositando o dinheiro. Quando sair o pedido, a pessoa deve ir pessoalmente e conversar como médico no hospital, e principalmente manter a calma”.

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