Capital

Em pausa para abastecer, Esquadrilha da Fumaça faz demonstração na Capital

Paula Maciulevicius | 28/05/2012 18:49

A parada foi estratégica, mas, nem assim eles deixaram de mostrar que estão aqui. No dia 16 a Esquadrilha retorna a Campo Grande com os portões abertos da Base Aérea

A Esquadrilha chegou a Campo Grande, mas já levanta voo em direção à Bolívia, onde fará demonstração em Santa Cruz de La Sierra. (Foto: João Garrigó)
A Esquadrilha chegou a Campo Grande, mas já levanta voo em direção à Bolívia, onde fará demonstração em Santa Cruz de La Sierra. (Foto: João Garrigó)

Foram poucas manobras, mas o suficiente para deixar um gostinho de quero mais. A Esquadrilha da Fumaça chegou a Campo Grande nesta segunda-feira, mas já levanta voo amanhã mesmo, em direção à Bolívia, onde fará demonstração em Santa Cruz de La Sierra.

A pausa foi estratégica, apenas para abastecer, mas nem assim eles deixaram de mostrar que estão aqui. No próximo dia 16, a Esquadrilha retorna a Capital com os portões abertos da Base Aérea.

O capitão aviador da Esquadrilha da Fumaça, Álvaro Escobar Veríssimo, é quem dá as coordenadas de como funciona cada demonstração. “Se o tempo ajuda, são 24 sequências de 55 acrobacias”, explica. O show no céu é visto pelo público durante 40 minutos.

Desde 1983 o modelo usado pela Esquadrilha é um T-27 Tucano, a aeronave pode chegar a 518 quilômetros por hora e alcançar até 9 mil metros de altura. Nas cores da bandeira do Brasil, o “brinquedo” destes pilotos é utilizado também na instrução avançada de cadetes na academia da Força Aérea Brasileira.

Desde 1983 o modelo usado pela Esquadrilha é um T-27 Tucano, a aeronave pode chegar a 518 quilômetros por hora e alcançar até 9 mil metros de altura. (Foto: João Garrigó)
A pausa foi estratégica, apenas para abastecer, mas nem assim eles deixaram de mostrar que estão aqui. (Foto: João Garrigó)

Por trás do macacão de voo na cor verde existe além da paixão por voar, a dedicação de cada piloto. Dentro da Esquadrilha da Fumaça o tempo máximo que cada um pode permanecer são quatro anos. Para chegar até lá é preciso nada menos do que 1,5 mil horas de voo, dessas pelo menos 800 horas de instrução. As horas correspondem aproximadamente entre 2 e 3 anos de atividades.

O que os pilotos vieram fazer na tarde desta segunda-feira na Base Aérea de Campo Grande é abastecer 347 litros em cada asa dos sete aviões que compõe a Esquadrilha e mais um que funciona como “reserva”.

O combustível é suficiente para 4h30 de voo, dependendo da altura, explicam os capitães. Entre os mais novos está o capitão Murillo Nagib de Oliveira Boery, 32 anos, 15 deles na FAB (Força Aérea Brasileira) e dois na Esquadrilha.

“Sempre dá um nervoso. Até hoje dá. Cada voo é um voo, tem que estar com atenção, é saber fazer bonito. A gente voa com uma boa margem de segurança, embora não pareça para quem está no chão. Mas sempre fica a expectativa em saber se fez bonito ou não”, comenta.

O capitão passou, como todos os outros pilotos, por 70 missões de voo até ganhar experiência o suficiente para demonstração sozinho. Além de subir aos ares para deixar o público boquiaberto, os pilotos treinam semanalmente por 1h30.

A paixão de menino por voar acompanhou o capitão até a fase adulta e parece alcançar outra geração. O filho tem apenas 1 ano e meio e poucas palavras no vocabulário. “Mas basta ele ver um avião que ele já chama papai, papai”, brinca o piloto.

O veterano da turma está já se despedindo. O major Alexandre de Carvalho Ribeiro, 38 anos, tem deles 17 vividos na FAB e completa este ano o quarto como piloto da Esquadrilha. Na bagagem são 230 demonstrações pelo país afora, de Estados Unidos ao Suriname.

“Foi vendo a Esquadrilha que eu me interessei, me despertou a vontade, me motivou a ser piloto. Hoje eu tenho esse sonho realizado, não só o de fazer parte da Esquadrilha, mas também da FAB. Vestir o azul é uma alegria”, descreve.

Veterano no Esquadrão, o major se despede em 2012, quando completa quatro anos como piloto. (Foto: João Garrigó)

O limite de quatro anos é para que outros pilotos também tenham a oportunidade de voar. A chance para voltar ao Esquadrão é como comandante, escolha feita pelo alto comando da Aeronáutica.

Por ano ingressam três pilotos e a concorrência é de 10 por vaga. “É difícil, porque todos estão nivelados. Foram instruídos pela academia, são experientes. É preciso ter o perfil de fumaceiro”, explica o major.

O perfil a que se refere ele mesmo define “é a pessoa que goste muito de voar, que adore transmitir isso para o público, que sinta e desperte nos outros o ideal de representar o Brasil”, completa.

Portões abertos - A Base Aérea abre os portões nos dias 16 e 17 de junho. A Esquadrilha se apresenta no primeiro dia, a partir das 10h30. Além deles haverá paraquedismo, exposição de aviões de caça, helicópteros, exposição de carros antigos e de veículos de combate.

Para entrada será pedido apenas 1kg de alimento não perecível que será revertido a 30 entidades.

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