Capital

Em julgamento, réu diz que esfaqueou duas crianças e ex-sogra por acidente

Aline dos Santos e Nadyenka Castro | 26/06/2012 09:34

O crime foi no dia 14 de agosto do ano passado, na Vila Nhá-Nhá, em Campo Grande

Izaelso, de vermelho, é julgado nesta terça-feira por ter esfaqueado duas crianças e a ex-sogra.(Foto: Pedro Peralta)
Izaelso, de vermelho, é julgado nesta terça-feira por ter esfaqueado duas crianças e a ex-sogra.(Foto: Pedro Peralta)

No banco dos réus por tentativa de homicídio, Izaelso Júnior Soares de Moraes, de 27 anos, classificou como acidente o fato de ter atacado duas crianças e a ex-sogras a facadas. O crime foi no dia 14 de agosto do ano passado, na Vila Nhá-Nhá, em Campo Grande.

Durante o julgamento, que acontece nesta terça-feira na 1ª Vara do Tribunal do Júri, ele alegou que a intenção era esfaquear Lucimar Barros Giroto, sua ex-companheira. Mesmo ferindo três pessoas diferentes, ele revelou que acreditava estar esfaqueando Lucimar.

Ao júri, contou que decidiu entrar na casa da ex-mulher após vê-la com outro homem. O casal estava separado há aguns dias e, para Izaelso, o flagrante comprovou uma traição. “Entrei na casa pensando que ia pegar a Lucimar com o sujeito. Era a chance de dar uma surra nos dois”, relatou.

Ele entrou na casa, da qual ainda tinha a chave, desligou a energia e pegou a faca na cozinha. Partindo para as agressões. Estava escuro e a primeira pessoa que ele encontrou foi a ex-sogra Dinorá Barros Giroto. Ela foi ferida com seis golpes na região do rosto, seio direito e pescoço. Dinorá gritou por socorro e acordou a neta de 11 anos. A segunda vítima de Izaelso.

Atingida nos braços e costas, a menina foi jogada contra uma mureta, onde bateu a cabeça e ficou desmaiada por alguns segundos. A terceira vítima do acusado foi o filho mais novo da ex-companheira. A criança, de apenas três anos na época, estava no quarto, descendo da cama. Ele foi ferido nos braços e nas costas. Lucimar se trancou no banheiro.

A menina de 11 anos começou a gritar e, com medo da reação dos vizinhos, o agressor fugiu. A invasão foi na madrugada de um domingo e, nos cálculos do autor, durou entre dois e três minutos.

Raiva e arrependimento - O juiz Alexandre Ito mostrou ao réu a faca usada no crime. Izaelso relatou que não se lembrava, especificamente, se era faca que usou, mas disse que o tamanho é similar à faca utilizada. No momento do ataque, disse que estava com muita raiva, e, se soubesse que Lucimar estava trancada no banheiro, teria condições de ter arrombado a porta. Hoje, declarou “profundo arrependimento”.

A defesa trouxe uma testemunha. O homem, que conhece o réu desde quando ele tinha oito anos, classificou Izaelso como uma pessoa exemplar. Ele relatou que tem o jovem como um filho. Questionado pela defensora Maria Salete Marques, a testemunha afirmou que voltaria a dar emprego ao acusado, caso ele fosse inocentado. “Não é uma pessoa agressiva. Continua tendo a minha confiança”, afirmou o senhor.

A acusação é feita pelo promotor Fernando Zaupa, que exibiu reportagens sobre o crime. O júri é composto por quatro homens e três mulheres. Irmã de Izaelso, a dona de casa Aylana Bianca Soarez de Oliveira, de 21 anos, diz que espera que a Justiça seja feita. “Que ele pague pelo erro”. Ela conta que a família alertou para que o irmão não se envolvesse com Lucimar. “Lamento pelas crianças”, conta.

Izaelso está preso desde 18 de agosto de 2011. Ele foi encontrado escondido dentro do guarda-roupa da casa de uma tia, no Jardim Tarumã.

Nos siga no