Capital

Em cortejo com 200 veículos, taxistas da Capital pedem mais segurança

Nadyenka Castro e Paula Vitorino | 27/08/2011 17:31

Corpo de Daniel Manoel Dudu foi levado do Aero Rancho para a saída de Cuiabá, onde foi enterrado

Taxistas atravessam a cidade em protesto pela morte de colega. (foto: Pedro Peralta)
Taxistas atravessam a cidade em protesto pela morte de colega. (foto: Pedro Peralta)
Cortejo do funeral de taxista morto. (foto: Pedro Peralta)

Familiares e colegas do taxista Daniel Manoel Dudu, de 50 anos, morto a tiros durante assalto na manhã dessa sexta-feira, em Campo Grande, participaram do cortejo e enterro do trabalhador.

Aproximadamente 200 veículos, a maioria táxi, saíram do Aero Rancho e foram até o cemitério do Cruzeiro, na saída para Cuiabá, onde houve o sepultamento. Todos os táxis estavam com fita de cor preta, simbolizando o luto, amarrada na antena, e durante o trajeto todos buzinavam.

O presidente da Associação dos Taxistas, José Carlos Átila, diz que o manifesto deste sábado tem por objetivo chamar atenção da população e das autoridades para a situação de risco que vive a categoria.

Segundo ele, será solicitada reunião com o comando da PM (Polícia Militar) para pedir que haja mais abordagens a táxis com passageiros, a fim de evitar mais assaltos e até morte, como foi o caso de Daniel.

Para José Carlos, os passageiros não ficarão constrangidos com a situação, pois saberão que a abordagem é para o bem deles.

Sobre as corridas após eventos, José Carlos diz que é necessário mais policiamento junto a pessoas que ficam do lado de fora das festas, pois, conforme ele, são elas que acabam envolvidas em crimes.

Ele diz que os taxistas vão para estes locais para aumentar a renda e também porque a população de bem precisa do serviço. Para evitar roubos após estes eventos, José Carlos sugere abordagens nos bairros.

José Carlos declarou ainda que tem incentivado o registro de ocorrências de roubos, pois, dessa forma, diz, a Polícia não poderá alegar que não há casos de violência contra a classe.

Assaltado - Além de Daniel Manoel, outros quatro taxistas foram assaltados após terem pego passageiros na saída do show que aconteceu na noite do dia 25, no Morenão. Um deles é Mário Jorge de Araújo, 46 anos, que há 22 trabalha no ramo.

Ele conta que rapazes solicitaram uma corrida que custou R$ 75 e ao chegarem no destino, todos saíram do veículo e fugiram.

Quando ia embora, quatro rapazes o abordaram e pediram uma corrida. Mário aceitou e no trajeto para o bairro Jardim das Nações, um dos passageiros pediu para urinar, desceu, voltou e anunciou o roubo.

Mário entregou o pouco dinheiro que tinha e os bandidos fugiram. Para ele, o desfecho do assalto “depende do assaltante e do taxista” e no caso dele, ele diz que soube manter a calma.

André Luís Delaroli, 43 anos, e há 18 trabalhando como taxista, fala que a morte de Daniel Manoel “não foi o primeiro caso nem vai ser o último. É preciso providência imediata”.

O caso- Daniel Dudu morreu na Santa Casa de Campo Grande, para onde havia sido transferido após ter sido ferido com dois tiros na cabeça. O crime aconteceu por volta das 6h, no Jardim Nascente do Segredo.

Uma adolescente, que seria uma das passageiras no momento da ocorrência, foi apreendida pela Polícia Militar e depois de ouvida encaminhada a uma UNEI (Unidade Educacional de Internação).

Ela contou à Policia que estaria acompanhada do namorado Wesley Oliveira do Santos, de 18 anos, quando resolveram voltar de taxi para casa após a saída do show. A corrida teria ficado em R$ 60,00, mas nem a menor nem o namorado teriam dinheiro para pagar.

Wesley, então, teria dito que pegaria o dinheiro em casa, quando iniciou uma discussão com o taxista. Logo após, o namorado teria atirado em Daniel Dudu, acertando dois disparos na cabeça do taxista. Wesley ainda não foi localizado.

Funeral de taxista morto por passageiro. (Foto: Pedro Peralta)
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