Capital

Durante "Outubro Rosa" pacientes relatam a luta contra o câncer

Viviane Oliveira | 03/10/2012 15:10
Vilma junto com a presidente da rede feminina de combate ao câncer, Rosângela. (Fotos: Viviane Oliveira)
Vilma junto com a presidente da rede feminina de combate ao câncer, Rosângela. (Fotos: Viviane Oliveira)

Sem recursos financeiros, Vilma Doalibio de Jesus, 49 anos, moradora em Coxim, conta com a estadia na casa de apoio Carmem Prudente para se manter em Campo Grande durante o tratamento contra o câncer, feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A instituição mantida pela Rede Feminina de Combate ao Câncer atende os pacientes e acompanhantes carentes que vem do interior para buscar tratamento contra a doença. 

Ainda se recuperando de uma cirurgia, que fez há 5 dias para retirada da mama direita, Vilma é uma das dezenas de mulheres que se hospedam na casa e recebem alimentação, roupa e condução diária para fazer as sessões de quimioterapia, radioterapia e exames médicos. 

Vilma descobriu que tinha câncer em abril deste ano. De lá para cá passou a fazer tratamento no Hospital do Câncer Prof. Dr. Alfredo Abrão e a casa de apoio passou a ser a sua segunda residência. “As coisas seriam mais difíceis se não tivesse a instituição para nos abrigar”, disse Vilma.

Compartilha da mesma opinião a paciente Maria Cassilda da Silva, 63 anos, moradora em Nova Alvorada do Sul. Ela fez cirurgia na mama esquerda há 7 anos e toda vez que precisa de atendimento médico no Hospital do Câncer se hospeda na casa de apoio.

Como uma forma de agradecer e ajudar também quem precisa, hoje Maria Cassilda faz parte do quadro de voluntárias da entidade, no município onde mora. “Além de auxiliar no tratamento, o nosso trabalho é de prevenção. As pessoas precisam se prevenir contra está doença que vem aumentando cada vez mais no país”, alerta.

Estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) José Alencar Gomes da Silva aponta o surgimento de 520 novos casos da doença este ano no Brasil, sendo 52.680 casos de cânceres de mama e 60.180 de próstata.

Conforme a assessoria de imprensa do Hospital do câncer em Campo Grande, são realizados cerca de 70 mil procedimentos por ano. Entre procedimentos e atendimentos são 3.500 pacientes por mês.

Maria Cassilda ( a do meio) hoje faz parte do quadro de voluntárias na cidade onde mora.
Valdecir durante uma sessão de quimioterapia no Hospital do Câncer.

Instituição - A Rede Feminina de Combate ao Câncer realiza neste mês a campanha “Outubro Rosa” - movimento comemorado no mundo todo. O nome remete à cor do laço que simboliza a luta contra o câncer de mama.

Durante a campanha, as voluntárias vão orientar e demonstrar as próteses de mamas que são doadas às pacientes que passaram pela retirada do seio em decorrência da doença. Camisetas, adesivos, materiais informativos e trabalhos manuais serão expostos nos shoppings no decorrer do mês.

A entidade beneficente sem fins lucrativos atende no Hospital do Câncer. O grupo é formado por 40 voluntários que trabalham para a prevenção e mantém a casa de apoio com capacidade para abrigar 20 mulheres.

De acordo com a presidente, Rosangela Monteiro, em breve a casa também vai atender homens. No local está sendo construída uma ala com quatro quartos com capacidade para atender 16 pacientes. 

Quem ficou feliz com a novidade foi o funcionário público Valdecir Carneiro Leão, 54 anos. Ele mora em Maracaju e de 15 em 15 dias vem para Campo Grande tratar de um câncer no fígado. Apesar de não precisar da hospedagem, ele relembra da irmã que morreu com a mesma doença. "As vezes ela deixava de ser atendida porque não tinha onde ficar", lamenta.

Quem quiser fazer qualquer doação para a Rede Feminina de Combate ao Câncer pode entrar em contato pelos telefones: 3324-7676 ou 3325-5096.

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